Argentina enfrenta cheias, após incêndios devastadores — o antes e depois
No início do ano, durante o período de seca, a província de Corrientes perdeu hectares de terreno para o fogo. Agora, uma semana de chuva intensa está a intensificar os danos dos incêndios com cheias.
A província de Corrientes, no nordeste da Argentina, está a sofrer com cheias generalizadas, deixando pastos submersos e estradas inundadas, apenas uns meses depois de uma vaga de incêndios ter arrasado a região, atingindo importantes áreas de pântano.
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A província de Corrientes, no nordeste da Argentina, está a sofrer com cheias generalizadas, deixando pastos submersos e estradas inundadas, apenas uns meses depois de uma vaga de incêndios ter arrasado a região, atingindo importantes áreas de pântano.
As cheias começaram na semana passada depois de sete dias de chuvas torrenciais, que atingiram sobretudo as cidades de San Luis del Palmar e Ituzaingó, perto da capital da província, cerca de 800 quilómetros a norte de Buenos Aires. Fotografias de um repórter de imagem da Reuters mostram áreas submersas que, no início do ano, tinham sido devastadas e engolidas pelo fogo, durante um período de seca prolongada. Em alguns lugares, animais que outrora fugiram às chamas foram forçados a nadar através do dilúvio.
“Saímos do fogo e um mês depois uma cheia abate-se sobre nós”, disse à Reuters Orlando Bertoni, chefe de Operações da Protecção Civil de Corrientes. Ainda assim, apesar de ter sido necessário cortar estradas e evacuar residentes, estão gratos pela chuva. “É bem-vinda porque temos falta de água. Mas temos de ter cuidado, não pode continuar. O grande problema foi o fogo que consumiu tudo, deixou tudo queimado. A chuva foi um alívio”, acrescenta.
As chuvas fortes, que em alguns dias atingiram 500 milímetros, não afectaram gravemente a capital da província por haver melhor escoamento. No entanto, gerou inundações nos campos e cidades rurais, onde riachos no caminho do poderoso rio Parana transbordaram.
Os fogos que devastaram a província entre Janeiro e Março afectaram mais de um milhão de hectares, deixando milhões de dólares em perdas, e afectaram plantas e vida selvagem protegidos no Parque Nacional Iberá, um importante complexo de zonas húmidas.
“Nas zonas mais afectadas pelos fogos, agora tivemos imensa chuva”, acrescentou Bertoni. A situação acalmou entretanto nos últimos dias. “A água esta a correr, a drenar, e as inundações estão lentamente a baixar”, adianta Daniel Bertorello, comandante dos bombeiros voluntários de Corrientes, à Reuters. “Esperamos que o bom tempo continue.”