Lexus RZ 450e, ambição eléctrica

A Lexus quer criar uma “assinatura de condução” capaz de se tornar uma referência para o mercado global dos automóveis eléctricos. O ponto de partida chama-se RZ 450e e chega a Portugal no início de 2023.

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O Lexus RZ 450e chega a Portugal nos primeiros meses do próximo ano DR

O braço de luxo da japonesa Toyota tem a ambição e a certeza de ter conseguido desenvolver um automóvel eléctrico que vai ser uma referência de mercado. A estreia mundial do Lexus RZ 450e, que aconteceu nesta semana, mostra um carro com uma plataforma eléctrica feita de raiz, interiores luxuosos e um volante tipo manche de avião que é a parte visível de tecnologia nova para facilitar o conforto e a segurança.

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O braço de luxo da japonesa Toyota tem a ambição e a certeza de ter conseguido desenvolver um automóvel eléctrico que vai ser uma referência de mercado. A estreia mundial do Lexus RZ 450e, que aconteceu nesta semana, mostra um carro com uma plataforma eléctrica feita de raiz, interiores luxuosos e um volante tipo manche de avião que é a parte visível de tecnologia nova para facilitar o conforto e a segurança.

Essa convicção foi o suficiente para o aparato: uma semana antes, a Lexus levou a Barcelona duas centenas de jornalistas europeus para ver ao vivo o novo RZ 450e — o test drive ficou agendado para Outubro “num país do Sul da Europa”, disse à Fugas Spiros Fotinos, director de operações da Lexus na Europa.

Fotinos entende que a electrificação dos automóveis mudou o paradigma daquilo que, durante muitos anos, se assumiu como “o prazer de condução” e que as marcas estão agora “a começar do zero e com a oportunidade de escrever as regras”. Afinal, como se define o prazer de condução de um eléctrico? Ainda não ficámos a saber, mas as linhas gerais são auspiciosas.

Bateria com dez anos de garantia

A Lexus acredita que o novo RZ 450e, o primeiro eléctrico da marca construído de raiz, reúne um conjunto de tecnologias auxiliares de condução capazes de marcar o tom da conversa que se vai seguir. Não será o SUV mais luxuoso ou exclusivo do mercado, nem tampouco o mais potente, mas os números, no papel, prometem um veículo despachado: 0-100 km/h em 5,6 segundos e 435 Nm de binário máximo, a partir de dois motores (um por eixo) com potência combinada de 230 kW (313cv), alimentados por uma bateria de 71,4 kWh.

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A Lexus vai dar à bateria do RZ uma garantia de dez anos ou um milhão de quilómetros, prazo durante o qual, acredita a marca, a bateria conseguirá reter pelo menos 90% da capacidade; o conjunto deverá garantir uma autonomia superior a 400 quilómetros, valor que carece ainda de homologação.

Para chegar à tal “assinatura de condução”, a Lexus equipou o RZ 450e com um sistema de controlo variável de binário e tracção às quatro rodas chamado Direct4, e trocou o eixo do volante por cabos. Ou seja, a direcção passa a ser steer-by-wire e tem do lado do condutor uma manche idêntica à dos aviões (e à do Tesla S). Este sistema, a que chamou One Motion Grip, permite movimentos de apenas 150 graus, com menor exigência de esforço e sem sobreposição das mãos. A manche possibilita também uma melhor visibilidade dos comandos. Já a tecnologia de steer-by-wire é, para a Lexus, essencial no desenvolvimento dos veículos de condução autónoma e representa um passo importante para a electrificação completa da gama na Europa, um objectivo que a marca traçou para 2030.

Espaço, conforto e segurança

O que fomos ver a Barcelona foi, explicitamente, um protótipo praticamente acabado do RZ 450e — modelo que pretende competir com o BMW iX3.

No exterior, as linhas são as de um SUV espaçoso. Tem quase cinco metros de comprimento, o que faz de si um carro imponente e particularmente vistoso na carroçaria com duas cores.

Lá dentro, os materiais e acabamentos são sóbrios e modernos. O grande painel digital de 14 polegadas domina a frente, que não deixa cair os botões físicos para funções como o volume ou a gestão da climatização. O modelo apresenta três portas USB-C e carregamento sem fios, com Apple Car e Android Auto. Várias funções do carro, nomeadamente a climatização, podem ser controladas através de uma aplicação no telemóvel.

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Possui tecto panorâmico com protecção térmica e luminosidade ajustável, bem como um sistema de aquecimento por radiação que pretende simular o conforto de uma manta sobre as pernas.

Duas ajudas relevantes para a segurança: uma câmara instalada no volante que avalia o cansaço do condutor — a Lexus garante que essa informação é processada no veículo e não é armazenada — e o Safe Exit Assist, que impede o condutor de abrir a porta se detectar a aproximação de outros veículos ou ciclistas.

Em declarações à Fugas, o director da Lexus na Europa, Spiros Fotinos, não concretizou como se vai desenhar o alinhamento da gama do novo RZ, mas adiantou que a carroçaria de duas cores e a manche One Motion Grip serão opcionais.

Fotinos preferiu realçar que a Lexus (e a Toyota) pretende apostar em ofertas comerciais mais abrangentes que incluem, por exemplo, a instalação de um terminal de carregamento doméstico, manutenção do veículo ou pneus de Inverno (em alguns mercados). O objectivo é cativar a passagem dos consumidores para os veículos eléctricos e seduzir as gerações mais jovens. “Muitas vezes as pessoas não estão certas do que precisam ou do que podem ter”, afirma.

Ainda não sabemos como vai ser conduzir o novo SUV da Lexus e também ainda não lhe conhecemos o preço — o novo modelo posiciona-se entre as gamas NX ​e RX, pelo que podemos esperar não menos de 70 mil euros. O que já se sabe é que vai ser possível encomendar o RZ 450e no próximo mês de Outubro e que as primeiras entregas em Portugal deverão acontecer no início de 2023.