Afundou-se o navio Moskva: quatro respostas para compreender este revés para a Rússia

Operacional desde os tempos da União Soviética, participava nas manobras russas no mar Negro desde 2000.

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O cruzador de mísseis Moskva, navio almirante da era soviética da frota russa do mar Negro, afundou-se esta quinta-feira após um incêndio, de acordo com o Ministério da Defesa russo. A Ucrânia disse que o fogo foi causado por um ataque com mísseis que levou a cabo contra o Moskva.

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O cruzador de mísseis Moskva, navio almirante da era soviética da frota russa do mar Negro, afundou-se esta quinta-feira após um incêndio, de acordo com o Ministério da Defesa russo. A Ucrânia disse que o fogo foi causado por um ataque com mísseis que levou a cabo contra o Moskva.

Operacional desde os tempos da União Soviética e peça nas manobras russas no mar Negro desde 2000, o Moskva tem 186 metros de comprimento e pesa mais de 12 mil toneladas. A sua tripulação superava as 500 pessoas.

Qual foi a extensão dos danos devido ao incêndio?

O Ministério da Defesa russo, citado pelas agências noticiosas do país, reconheceu que o navio sofreu danos graves. Disse que houve um incêndio devido a “uma detonação de munições” e que o Moskva ​afundou em mar revolto enquanto estava a ser rebocado de volta ao porto. Já Kiev garante que o navio começou a afundar-se após o incêndio ter deflagrado.

Pensa-se que o navio estaria localizado no mar Negro, algures ao largo do porto ucraniano de Odessa, na altura da explosão.

O que significa este episódio?

Qualquer que seja a causa, é um revés para a Rússia. Se a Ucrânia tiver realmente atingido o navio num ataque com mísseis, ficará para a história como um dos ataques navais de maior visibilidade até agora neste século.

Se for verdade o que diz a Ucrânia, o Moskva é o maior navio de guerra russo danificado pelo fogo inimigo desde 1941, quando os bombardeiros de mergulho alemães paralisaram o navio de guerra soviético Marat no porto de Kronshtadt, segundo analistas militares.

Já se os danos tiverem sido causados por algum tipo de explosão acidental a bordo, será o segundo navio de bandeira da frota russa do mar Negro a ser retirado de combate de forma semelhante. O navio de guerra Imperatritsa Maria afundou-se em 1916, após uma explosão envolvendo munições.

Os peritos não vêem a perda do Moskva como susceptível de ter um grande impacto no que a Rússia chama a sua “operação especial” de desmilitarização da Ucrânia.

“O navio é realmente muito antigo. Na verdade, já há cinco anos que existem planos para o destruir”, disse o analista militar russo Alexander Khramchikhin. “Tem mais valor simbólico do que o valor real de combate e, em geral, nada teve que ver com a operação actual. Não terá qualquer efeito sobre o curso das hostilidades.”

A Rússia tem recursos suficientes para manter um bloqueio dos portos ucranianos e para atingir alvos dentro da Ucrânia com outros sistemas de mísseis, dizem os peritos.

Qual era o poder de fogo do Moskva?

O navio estava armado com múltiplos mísseis antinavio e mísseis terra-ar. A Rússia tem dois outros navios da mesma classe, o Marechal Ustinov e o Varyag, que servem respectivamente as frotas do Norte e do Pacífico da Rússia.

Os navios foram concebidos na União Soviética no final dos anos 1970 para combater grupos de porta-aviões dos EUA e para fornecer defesa aérea a navios soviéticos que operavam em oceanos distantes. Foram apelidados na altura de “assassinos de porta-aviões”.

Qual é a história do Moskva?

O Moskva entrou ao serviço da marinha soviética pela primeira vez em 1983, depois de ter sido construído na Ucrânia então soviética. Chamaram-lhe Slava (Glória). Foi rebaptizado Moskva (Moscovo) em 1995, após a queda da União Soviética.

O navio garantiu a segurança de uma reunião entre o líder soviético Mikhail Gorbachev e o Presidente dos EUA George Bush em Malta, em Dezembro de 1989.

O Presidente russo Vladimir Putin também realizou reuniões a bordo com líderes mundiais.

O Moskva teve uma breve participação num bloqueio da marinha ucraniana em Março de 2014 durante a anexação da Crimeia pela Rússia. Em 2015, participou na operação militar russa na Síria, fornecendo defesa aérea às forças russas naquele país.