Graça Freitas sobre a pandemia: Portugal está “longe de ter um Verão descontraído e seguro”
“Nos últimos sete dias, registaram-se 60 mil casos” de infecção. “Este número é superior aos picos das curvas epidémicas anteriores, excepto a deste Inverno”, alertou a directora-geral da Saúde.
A directora-geral da Saúde avisou nesta quarta-feira que a “epidemia mantém uma transmissibilidade muito elevada”. Por isso, Graça Freitas apelou à adopção de medidas de protecção individual no período da Páscoa.
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A directora-geral da Saúde avisou nesta quarta-feira que a “epidemia mantém uma transmissibilidade muito elevada”. Por isso, Graça Freitas apelou à adopção de medidas de protecção individual no período da Páscoa.
Numa conferência de imprensa de balanço sobre a situação epidemiológica em Portugal, Graça Freitas afirmou que “nos últimos sete dias registaram-se 60 mil casos” de infecção. “Este número é superior aos picos das curvas epidémicas anteriores, excepto a deste Inverno”, alertou.
Quanto à mortalidade, a directora-geral da Saúde salientou que este é o indicador que traz mais preocupação. Na última avaliação feita pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), este indicador situava-se em 28,5 óbitos por milhão de habitantes numa média a 14 dias – acima do limiar de 20 mortes definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC). Em Portugal, este indicador “revela uma tendência estável, muito ligeiramente decrescente”. “Vamos ver se esta diminuição se mantém ou não”, acrescentou.
Graça Freitas sublinhou ainda que Portugal está “longe de ter um Verão descontraído e seguro”. Em resposta às questões dos jornalistas, a directora-geral da Saúde referiu que, apesar disso, “não é previsível” que o país chegue ao Verão “com estes valores” nos indicadores pandémicos. Disse ainda que, “atendendo à situação epidémica”, recomenda a manutenção de medidas de protecção, em concreto a vacinação com a dose de reforço contra a covid-19.
No que respeita à obrigatoriedade do uso de máscaras nos espaços interiores públicos, como escolas, serviços de saúde ou transportes, uma das medidas de combate à pandemia ainda em vigor, a directora-geral da Saúde referiu que é preciso “ter mais alguma calma”. “Mesmo que não seja obrigatória [no futuro]”, a autoridade de saúde vai “continuar a recomendar máscara nos serviços de saúde e nos lares”.
“Vamos continuar a recomendar enquanto considerarmos que é uma medida protectora”, frisou. “Estamos a descer, mas ainda não chegámos a um patamar baixo.”
Por enquanto, a obrigatoriedade do uso de máscara nas escolas é para se manter porque ainda há “uma grande população” nestes estabelecimentos susceptível de contrair a covid-19 e propagar a doença. “Nós aliviámos todas as medidas nas escolas para que os alunos e os docentes tenham uma actividade lectiva o mais próximo possível da normalidade nas escolas neste momento”, sendo a máscara a “única medida que ainda resta”, acrescentou.
No que toca a recomendações para o período específico da Páscoa, a autoridade de saúde apela “à participação de todos os cidadãos no sentido da sua protecção e da protecção dos outros”. “Lembro que quando estamos numa estratégia de conviver com o vírus temos de, ao mesmo tempo, ter uma estratégia de proteger os mais vulneráveis. Os mais vulneráveis são os mais velhos, os mais doentes e as pessoas que estão em instituições”, reiterou a directora-geral da Saúde.
Os conselhos de Graça Freitas para a Páscoa:
- "Em espaços fechados continuamos a recomendar o seu arejamento";
- "Continuamos a recomendar em espaços fechados a utilização de máscaras";
- "Por cautela, mantenha a distância física com pessoas com as quais não convive habitualmente";
- "Para participar em convívios alargados pode sempre fazer um teste para SARS-CoV-2";
- "As medidas de higiene das mãos e de higiene respiratória são sempre uma boa prática”.
Sobre se é previsível que exista um aumento da transmissibilidade devido à movimentação de pessoas nesta altura pascal e, subsequentemente, um novo agravamento dos indicadores, Graça Freitas respondeu aos jornalistas que “mesmo que haja um impacto” não é de “prever um aumento exponencial do número de casos”.
O Conselho de Ministros aprovou, nesta terça-feira, uma resolução que prorroga a declaração da situação de alerta, no âmbito da pandemia, até às 23h59 do dia 22 de Abril de 2022, mantendo-se, assim, inalteradas as medidas actualmente em vigor, nomeadamente o uso de máscaras no interior dos espaços públicos, serviços de saúde e transportes.
Também para quem não tem a dose de reforço da vacina contra a covid-19 mantém-se a obrigatoriedade do teste negativo nas visitas a lares e em estabelecimentos de saúde.