Benfica fora da Champions após empate em Liverpool

“Encarnados” e “reds” empataram (3-3) em Anfield. Darwin, Gonçalo Ramos e Yaremchuk marcaram os golos das “águias”, insuficientes para seguir para as meias-finais.

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Firmino marcou dois dos três golos do Liverpool Reuters/PHIL NOBLE

O Benfica não estava sozinho em Anfield. Mais de quatro mil adeptos dos “encarnados” fizeram a viagem até Liverpool com espírito de missão e com um misto de esperança e realismo. Conseguiria a equipa de Nélson Veríssimo dar a volta a uma desvantagem de dois golos e seguir para as meias-finais da Liga dos Campeões? Não conseguiu. Mesmo uma versão secundária do Liverpool acabou por ser superior à melhor versão que o Benfica tinha para apresentar e a segunda mão acabou por não mudar o rumo destes quartos-de-final. Depois da derrota por 1-3 há uma semana na Luz, os “encarnados” conseguiram mais do que dividir o jogo, dividiram o resultado (empate 3-3), mas os “reds” nunca perderam o controlo da eliminatória e seguem para as meias-finais, onde terão pela frente o convidado-surpresa desta Champions, o Villarreal.

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O Benfica não estava sozinho em Anfield. Mais de quatro mil adeptos dos “encarnados” fizeram a viagem até Liverpool com espírito de missão e com um misto de esperança e realismo. Conseguiria a equipa de Nélson Veríssimo dar a volta a uma desvantagem de dois golos e seguir para as meias-finais da Liga dos Campeões? Não conseguiu. Mesmo uma versão secundária do Liverpool acabou por ser superior à melhor versão que o Benfica tinha para apresentar e a segunda mão acabou por não mudar o rumo destes quartos-de-final. Depois da derrota por 1-3 há uma semana na Luz, os “encarnados” conseguiram mais do que dividir o jogo, dividiram o resultado (empate 3-3), mas os “reds” nunca perderam o controlo da eliminatória e seguem para as meias-finais, onde terão pela frente o convidado-surpresa desta Champions, o Villarreal.

Havia uma secreta esperança de que uma combinação de factores pudesse ser favorável ao Benfica. Que o Liverpool não se apresentasse na máxima força, depois do espectacular empate com o Manchester City, que Darwin Núñez fosse o matador habitual. Que o exemplo do Villarreal na Baviera inspirasse o Benfica a fazer o mesmo na cidade dos Beatles. Mas essa tempestade perfeita nunca chegou. Chegou a soprar um vento com alguma intensidade que levou a “águia” até ao empate em Anfield, já na fase final do jogo e ainda com um par de jogadas que podiam ter dado outro resultado.

Depois do intenso empate no Etihad para a Premier League no domingo, e confiante na vantagem obtida na primeira mão, Jurgen Klopp deixou alguns dos seus titulares no banco, como Salah, Mané, Van Dijk, uma reserva para o caso de as coisas não correrem bem. Veríssimo, por seu lado, andou perto das suas opções habituais, tendo apenas de lidar com a ausência de Rafa Silva – Diogo Gonçalves entrou para o “onze”.

O Liverpool podia dar-se ao luxo de deixar o tempo passar, o Benfica nem por isso. E depois de uma boa entrada no jogo, os “encarnados” tiveram a sua primeira grande oportunidade aos 13’, num contra-ataque em que Éverton levou a bola até à área dos “reds”, terminando com um remate que não passou longe do poste da baliza de Alisson.

A resposta do Liverpool chegou na forma de golo aos 21’. Depois de um canto batido do lado esquerdo por Tsimikas, Konaté saltou mais alto que os centrais do Benfica e, tal como tinha feito na Luz, inaugurou o marcador. O que já era muito difícil tornava-se, de repente, quase impossível para o Benfica, mas a verdade é que a equipa portuguesa quase nivelou o marcador de imediato – Darwin meteu a bola na baliza aos 23’, mas estava em fora-de-jogo, a primeira de duas vezes que tal iria acontecer em Anfield.

É justo dizer que o Liverpool exercia um domínio soft do jogo, apenas fazendo o suficiente para não perder o controlo da eliminatória. Aos 26’, Luis Diaz protagonizou um grande momento, tirando Weigl da frente com uma finta e terminando com um belo remate que Vlachodimos defendeu.

À passagem da meia-hora, o Benfica conseguiu nivelar o marcador. Diogo Gonçalves provocou o erro de James Milner numa disputa de bola perto da área e a jogada seguiu na direcção de Gonçalo Ramos. Perante Alisson, o jovem avançado não tremeu. A missão benfiquista revertia para o “muito difícil”, ainda com uma hora para jogar.

Conseguindo defender com sucesso a sua baliza de mais golos (e o Liverpool bem tentou), o Benfica saiu do intervalo com mais poder de fogo na equipa – entrou Yaremchuck para o lugar de Gonçalves. Mas o Liverpool, num ápice, deixou a eliminatória completamente fora do alcance. Só precisou de explorar as tremendas debilidades defensivas dos “encarnados”.

Aos 55’, Vlachodimos foi ao encontro de Keita e deixou fugir a bola, mas como um erro nunca vem só, seguiu-se um péssimo alívio de Vertonghen que deixou a bola nos pés de Diogo Jota. O português fez o cruzamento e Firmino, à vontade, fez o 2-1.

Dez minutos depois, o avançado brasileiro fez o 3-1, a responder da melhor maneira a um livre de Tsimikas e que foi muito mal defendido pelo Benfica.

Estava tudo mais do que resolvido, mas ainda houve tempo para o Benfica resgatar a sua honra de clube com história em Anfield, explorando a igualmente incompetente defesa do Liverpool, que cometeu muitos erros a lidar com a profundidade. Foi assim aos 73’, quando Yaremchuck se isolou e fez o 3-2, e aos 82’, quando Darwin fez o 3-3, o seu sexto golo na Champions e 32.º na época. No minuto seguinte, o uruguaio ainda obrigou Alisson a uma defesa difícil, e nos últimos segundos, marcou em fora-de-jogo. Teria sido um belo prémio de consolação, vencer na casa de um dos favoritos. Mas não saiu de mãos vazias.