Administração da Casa da Música refuta acusações de “represálias” a trabalhadores
Depois de ter sido acusada de “falta de transparência” e de “represálias” a trabalhadores, a administração da Casa da Música responde que não aceita “lições de capacidade de gestão, conhecimento cultural e relacionamento laboral.”
Na segunda-feira, os trabalhadores da Fundação Casa da Música haviam manifestado a sua “profunda insatisfação” pela falta de diálogo com o Conselho de Administração da entidade, num comunicado endereçado aos membros do Conselho de Fundadores da Fundação Casa da Música, e que foi enviado à imprensa. A administração, segundo os sindicatos, tem agido “sem consideração pelas reivindicações dos trabalhadores, sem transparência e recusando qualquer forma de negociação”, era mencionado no comunicado, que reiterava ainda a ideia de represálias aos trabalhadores.
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Na segunda-feira, os trabalhadores da Fundação Casa da Música haviam manifestado a sua “profunda insatisfação” pela falta de diálogo com o Conselho de Administração da entidade, num comunicado endereçado aos membros do Conselho de Fundadores da Fundação Casa da Música, e que foi enviado à imprensa. A administração, segundo os sindicatos, tem agido “sem consideração pelas reivindicações dos trabalhadores, sem transparência e recusando qualquer forma de negociação”, era mencionado no comunicado, que reiterava ainda a ideia de represálias aos trabalhadores.
Esta quarta-feira, o Conselho de Administração resolveu reagir através de uma nota de esclarecimento enviada à imprensa. Na mesma, é feita uma resenha histórica sobre a instituição, sendo sublinhado que o modelo fundacional é “baseado na parceria entre Estado, autarquias e iniciativa privada”, para logo de seguida ser aludido que essa é uma opção “com a qual nunca se conformaram aqueles poucos que, desajustadamente em relação às dinâmicas ganhadoras das sociedades modernas e abertas, diabolizam o contributo dos cidadãos e agentes privados e do mérito para preferirem trancar-se sob o manto protector de proclamações em nome de um enclausuramento na defesa serôdia de um conceito de esfera pública alegadamente igualitário mas realmente produtor de focos de inoperância, inflexibilidade e injustiça.”
Na segunda metade da nota é mencionado que o Conselho de Administração não aceita “lições de capacidade de gestão, conhecimento cultural e relacionamento laboral que alguns pseudo-arautos exclusivos do bem lhe pretendem implicitamente dar no meio de um arrazoado nunca explicitado de declarações não provadas, de tratamentos insultuosos ou até de puras inverdades.” E mais à frente: “Vimos publicamente repudiar as insinuações de represálias, discriminações, incumprimentos legais e ausências de diálogo que covardemente têm sido lançadas para a praça pública numa prática manipuladora que sentimos menos dirigida a nós próprios e mais orientada para resultados desviantes e movidos por agendas de duvidosa dignidade e escassa legitimidade democrática.”
Recorde-se que os trabalhadores da instituição afectos a duas estruturas sindicais (Hotelaria do Norte e dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos CENA-STE) se reuniram em plenário a 21 de Março para debater o que consideram ser nove meses sem diálogo proveitoso desde a tomada de posse do actual Conselho de Administração. Agora, indicavam os sindicatos, junta-se às reivindicações existentes “um plano de alterações salariais nada transparente e claramente discriminatório, resultante de um processo de avaliação opaco”, que preocupa os trabalhadores. As duas estruturas queixavam-se ainda que o presidente do Conselho de Administração reconhece apenas as chefias dentro da Casa da Música como interlocutoras quanto aos interesses dos funcionários.
No comunicado eram citadas declarações à RTP do pianista Pedro Burmester, em que este sublinhava que “a Casa da Música devia voltar ao seu ADN” e “voltar a lembrar-se de que é para todos e é de todos, e que presta um serviço público”. Os sindicatos lamentavam ainda não ter sido dado resposta aos apelos dos trabalhadores.