O 13 de Maio de Montalegre é uma celebração do “dia das bruxas”: festa volta para “esconjurar todos os males”
É a única sexta-feira 13 do ano e vai ser celebrada à moda da “capital do misticismo”: é a primeira festa do género desde que foi declarada a pandemia. O padre Fontes continua a marcar o evento, há espectáculo com um “bruxo”, Queiman, e o concerto da noite fica a cargo dos.. Virgem Suta. Sinal do sucesso: hotelaria está já esgotada.
Montalegre prepara para Maio a primeira sexta-feira 13 pós pandemia covid-19 e a única de 2022, uma festa de rua que impulsiona toda a actividade económica e que já esgotou a capacidade hoteleira do concelho, adiantou a autarquia
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Montalegre prepara para Maio a primeira sexta-feira 13 pós pandemia covid-19 e a única de 2022, uma festa de rua que impulsiona toda a actividade económica e que já esgotou a capacidade hoteleira do concelho, adiantou a autarquia
O vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, disse à agência Lusa que se espera “uma boa enchente” para a sexta-feira 13 de Maio, a única do ano de 2022.
O “dia das bruxas” regressa às ruas da “capital do misticismo” depois de um interregno de dois anos, provocado pela pandemia de covid-19.
"É o evento que mais rápido tem um retorno devido à sua dimensão e à concentração de milhares de pessoas numa tarde e numa noite, afirmou David Teixeira. E o impacto, frisou, sente-se na restauração, comércio e alojamento. O autarca disse que, “felizmente”, o alojamento em Montalegre já está “lotado”, a um mês da festa, salientando que há cerca de 400 camas espalhadas pelo concelho. Também, acrescentou, os municípios vizinhos de Chaves e Boticas estão “com muitas reservas já efectuadas”.
David Teixeira afirmou que estudos realizados antes da pandemia apontavam para um movimento económico de “mais de um milhão de euros” nos fins-de-semana correspondentes às sextas 13. A um mês do evento os preparativos estão já a ser ultimados, mantendo-se, no entanto, preocupações de segurança relacionadas com a covid-19.
A festa em Montalegre arranca às 13h13 e o ponto alto continua a ser protagonizado pelo padre António Fontes, a quem caberá fazer a tradicional queimada, uma bebida feita à base de aguardente, limão, maçã, canela e açúcar e que “esconjura todos os males”.
O espectáculo principal está a cargo do “bruxo” Queiman e da sua equipa, que traz um misto de “monstros, damas e princesas” que vão “debater o bem e o mal que sempre estão em jogo nesta noite de superstição”. A festa continuará na praça do município com a actuação da banda Virgem Suta e, pelas ruas, haverá espaços de promoção e de degustação dos produtos locais, como o presunto e os vinhos.
Por causa da pandemia e também devido a uma preocupação ambiental, a organização vai voltar a implementar o uso do “copo único”, que poderá ser adquirido e depois usado pelo resto da noite, evitando o uso dos copos plásticos. “Será também criada uma circulação com sentidos únicos para que as pessoas não tenham que se cruzar e possam percorrer os diferentes pontos de interesse, que serão aumentados para que o público se disperse mais”, apontou ainda.
Também por precaução, o município cancelou os ateliers de caracterização, de por exemplo, pinturas faciais, que eram muito procurados pelos visitantes.
A “noite das bruxas” é festejada desde 2002, em todas as sextas-feiras 13, e tornou-se numa das bandeiras de Montalegre e “num peso pesado” na promoção deste município do distrito de Vila Real.