Consultório: O Vinho Verde só se produz no Minho?

Questões pertinentes e dúvidas persistentes em redor do Vinho Verde, respondidas pelo crítico de vinhos e jornalista de gastronomia José Augusto Moreira.

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PAULO PIMENTA / PUBLICO

Embora seja costume associar o Vinho Verde ao Minho, na verdade a região vitivinícola abrange uma área geográfica bem mais alargada, que vai mesmo para além do Entre-Douro-e-Minho e estendendo-se até para sul do rio Douro.

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Embora seja costume associar o Vinho Verde ao Minho, na verdade a região vitivinícola abrange uma área geográfica bem mais alargada, que vai mesmo para além do Entre-Douro-e-Minho e estendendo-se até para sul do rio Douro.

Além dos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, a Região Demarcada dos Vinhos Verdes abrange também alguns concelhos dos distritos de Vila Real (Mondim de Basto e Ribeira da Pena), Viseu (Cinfães e Resende) e Aveiro (Castelo de Paiva, Arouca e Vale de Cambra). Nesta edição da Singular, a secção Outros Verdes é mesmo dedicada aos vinhos produzidos a sul do rio Douro.

São ao todo nove, as sub-regiões abrangidas pela classificação de Vinho Verde – Monção/Melgaço, Lima, Cávado, Ave, Basto, Amarante, Sousa, Baião e Paiva –, enquanto os vinhos do restante território recebem a classificação de indicação geográfica Minho.

Com os limites estabelecidos desde 1908, por Carta de Lei de 18 de Setembro, a Região dos Vinhos Verdes é (a par do Dão, que foi reconhecida na mesma data) a segunda mais antiga de Portugal. A primeira é o Douro, que foi criada em 1756.

Com mais de 21 mil hectares e cerca de 15% da área vitícola nacional, os Vinhos Verdes são uma das principais demarcações vitivinícolas de Portugal, que se distinguem também pelas suas particulares condições edafo-climáticas. Estende-se numa espécie de anfiteatro que do Atlântico se eleva gradualmente para o interior. A região é estruturada pelos vales dos seus rios, que assim abrem caminho à passagem dos ventos e da frescura marítima até às montanhas do interior.


Este artigo foi publicado no n.º 4 da revista Singular.