Pelos olhos da pequena Maria, a ternura do povo de São Tomé

De cidade em cidade, de mãos dadas com a família, Catarina Leonardo vai tendo a oportunidade de ver o mundo pelos olhos da filha Maria.

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Catarina Leonardo dr

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Catarina Leonardo traz uma nova perspectiva para todos aqueles que desejam pegar nas suas famílias e fazerem-se à estrada. Após 14 anos a trabalhar em consultoria na área de avaliação de riscos profissionais, Catarina, licenciada em Ergonomia (ciência que estuda a relação do homem com o trabalho) decidiu despedir-se e lutar pelo seu sonho.

O seu percurso teve um trajecto considerado normal: licenciatura, pós-graduação e, por fim, emprego na área. Primeiro, começou por trabalhar numa empresa familiar e percebeu que não era bem isso que procurava, tendo assim mudado para uma empresa maior após alguns anos. No entanto, algo não fazia sentido, acabando então por mudar novamente para uma start-up onde fez parte da equipa técnica e assim permaneceu durante mais 10 anos.

A Catarina tinha uma enorme paixão pelo que fazia por ser algo muito relacionado com as pessoas e o seu modo de viver, sentido que tinha um grande impacto na sociedade. No entanto, começou a perceber que o principal motivo de desagrado não era a área onde trabalhava, mas sim o método de organização das consultoras. Sendo assim, por volta dos 33 anos de idade e coincidindo exactamente com a altura em que estava grávida, a Catarina começou a questionar-se sobre o que realmente queria e se era essa a vida que ambicionava para o seu futuro.

Ao contrário do esperado, a sua gravidez veio despertar, mais do que a necessidade de alcançar um sonho, a necessidade de ser feliz. Era crucial que isso acontecesse para que o mesmo se verificasse na sua filha Maria.

E assim foi, após uma análise profunda às suas prioridades, às suas finanças e até mesmo à sua posição na empresa, Catarina decidiu cortar as amarras com a sua vida confortável. Confessa que não foi nada fácil, tanto em termos de organização como simplesmente tomar a decisão, admitindo que foi um processo bastante demorado. Ainda assim, sentia que estava a trabalhar para um sonho que não era o dela, tinha pouco tempo para viajar e mais do que tudo, tinha que ser sincera com ela própria.

Apesar dos medos que nascem com ser mãe e de Catarina os ter sentido a todos, confessa que isso não a impede de viajar com a Maria para todo o lado, mostrando-lhe assim as maravilhas do mundo. Com um optimismo contagiante garante que tudo se faz e, embora admita que é necessário uma prévia organização ou uma readaptação às necessidades da criança, o importante é sermos práticos.

Por fim, conclui que “viajar é viver, é ver o mundo, perceber que somos todos diferentes e todos iguais”, é um conjunto de sensações, aprendizagens e valores únicos que não são ensinados nas escolas, e pretende passar essa mensagem à filha. E de cidade em cidade, de mãos dadas com a família, a Catarina vai tendo oportunidade de ver o mundo pelos olhos da Maria.

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