Video DID NOT Kill The Radio Star: Ana Sofia Paiva explora a relação da rádio com as comunidades em residência no CCB
O podcast Antecâmara é um dos parceiros da Rede PÚBLICO.
Antecâmara é um podcast parceiro da Rede PÚBLICO, produzido pela Rádio Antecâmara. Depois de ouvirmos episódios marcantes dos programas da rádio, vamos mergulhar até Setembro nas residências de diferentes autores na exposição Sound It, inaugurada em Março pela Rádio Antecâmara na Garagem Sul, no Centro Cultural de Belém (CCB).
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Antecâmara é um podcast parceiro da Rede PÚBLICO, produzido pela Rádio Antecâmara. Depois de ouvirmos episódios marcantes dos programas da rádio, vamos mergulhar até Setembro nas residências de diferentes autores na exposição Sound It, inaugurada em Março pela Rádio Antecâmara na Garagem Sul, no Centro Cultural de Belém (CCB).
Neste 19.º episódio do podcast Antecâmara, Ana Sofia Paiva convida a reflectir sobre a relação da rádio com as comunidades, na residência Video DID NOT Kill the Radio Star.
Porque é que será que a rádio continua a construir comunidades? Mais de 20 profissionais foram convidados a pensar sobre a rádio, os podcasts e o som nos seis dias de residência na Garagem Sul do CCB.
Video killed the Radio Star. A música da banda The Buggles, lançada em 1980, canta que a tecnologia reescreveu a história com a chegada do vídeo e que “as imagens partiram o teu coração” sonoro. Mas do vídeo à internet, a rádio soube reinventar-se de diferentes formas e não deixou de existir. Porque é que este medium continua resiliente? E que relação mantém com as suas comunidades? Estas e outras perguntas foram lançadas por Ana Sofia Paiva na Rádio Antecâmara, em directo na Garagem Sul do CCB, a 21 profissionais.
Cada dia de residência artística foi dividido em três programas distintos, destinado a um tema em específico: informação, entretenimento, cultura, comunidades, inovação e futuro da rádio e dos conteúdos sonoros. O programa que se manteve imutável foi o de Discos Pedidos, um formato recuperado para esta residência que utilizou uma nova roupagem: os ouvintes pediam a música através do Instagram da Rádio Antecâmara e apenas tinham de explicar o porquê da sua escolha.
O segundo programa, com o mesmo nome da residência artística - Video DID NOT Kill The Radio Star -, reuniu três profissionais para falarem sobre o tema do dia. Na informação, Cristina Lai Men (TSF), Nuno Viegas (Fumaça) e Ruben Martins (PÚBLICO) reflectiram sobre o “luxo” do tempo no jornalismo, no espaço (ou falta dele) de reportagem na rádio e nos podcasts e sobre o elo de ligação que as histórias estabelecem com os ouvintes; no entretenimento, a “Santíssima Trindade” da RDP Internacional, Andreia Rocha, João Bacalhau e Carina Jorge estiveram à conversa sobre o que é isto de ser animador de rádio e como é feita esta interacção com as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo; na cultura, Andreia Monteiro (Gerador), Magda Cruz (TSF/Ponto Final, Parágrafo) e Tiago Fortuna (Acess Lab/Cultura Nuclear) referiram como é que a produção de podcasts pode ser uma alternativa no acesso à cultura e a importância de pensar nestes produtos de uma forma inclusiva.
Nas comunidades, Gina Almeida (Rádio Clube da Covilhã), Sílvia Braga (Rádio Nova Era) e Carlos Ribeiro (Rádio Condestável) explicaram como é que a rádio a nível local continua a ser tão importante para os ouvintes e como é que a organização de eventos, no caso da Rádio Nova Era, consegue cativar centenas de interessados; na inovação, Aline Flor (PÚBLICO/Festival Podes), Pedro Campos Costa (Rádio Antecâmara) e Mia Tomé (Rádio Futura) reflectiram sobre como se pode olhar para o áudio e para as histórias de uma perspectiva transversal a várias disciplinas e como podcasts de nicho são importantes numa agenda mediática que nem sempre tem espaço para os mesmos.
O terceiro programa, À conversa com..., Ana Sofia Paiva convidou investigadores para falar sobre o tema do dia. Na informação, Sílvio Correia Santos (Universidade de Coimbra) conversou sobre os projectos onde esteve inserido, como o RadioActive Portugal, da relação entre este médium e a educação, e das reportagens radiofónicas; no entretenimento, Ana Isabel Reis (Universidade do Porto) explicou como é que as rádios piratas vieram dar cor a uma paisagem cinzenta de programação e, depois da legalização, de que forma estes programas tiveram um papel importante nas comunidades; na cultura, Dora Santos Silva (Universidade Nova de Lisboa) falou sobre a inovação na cultura e como o áudio pode ser um elemento inclusivo. Ainda houve espaço para falar sobre o Observatório de Inovação nos Media (Obi.media), no qual é coordenadora.
Nas comunidades, Miguel Midões (TSF, Instituto Politécnico de Viseu e Universidade de Coimbra) apontou a importância do papel do jornalista correspondente e como é que a sua passagem por rádios locais o marcou de uma forma irreversível; na inovação, Thiago Gondim (músico, produtor e mestrando na Universidade Lusófona) explicou o que é o som espacial, nomeadamente o som binaural, e como esta tecnologia – apesar de não ser recente – marca, na sua opinião, uma nova forma de consumir música e outros conteúdos no quotidiano; no futuro da rádio e dos conteúdos sonoros, o convidado foi Ricardo Morais (Universidade da Beira Interior e no IADE) que reflectiu sobre o crescimento do áudio e dos conteúdos sonoros nos próximos anos e como é que tecnologias como a sonificação de dados ou o som binaural podem ser uma ferramenta interessante para aplicar no jornalismo radiofónico.
No final de cada programa, a pergunta imperou: porque é que o vídeo não matou a estrela da rádio? As respostas diversificaram-se: desde a confiança que este medium ainda gera aos ouvintes, à possibilidade de ver apenas com a voz, à própria companhia da rádio e dos podcasts – quer seja em exclusivo ou enquanto se realiza outra tarefa –, à ilusão de que quando aparece um novo medium o outro necessariamente tem de desaparecer. As respostas foram várias, mas o denominador comum foi sempre o mesmo: enquanto existirem pessoas, existe rádio.
Rádio Antecâmara é um lugar de encontro heterogéneo e curioso, com uma programação diversa que junta arquitectos, curadores, jornalistas e membros da comunidade para expandir as noções sobre a complexidade urbana e questionar os formatos da arquitectura. Um projecto com curadoria do arquitecto Pedro Campos Costa.
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