Taremi enganou Varela e o FC Porto enganou o Vitória
O avançado iraniano sofreu dois penáltis de Bruno Varela e um deles foi a garantia do triunfo portista em Guimarães.
Eram seis, passaram a três e são novamente seis. O FC Porto repôs a diferença para o Sporting no topo da I Liga, com o triunfo (1-0) deste domingo frente ao Vitória de Guimarães.
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Eram seis, passaram a três e são novamente seis. O FC Porto repôs a diferença para o Sporting no topo da I Liga, com o triunfo (1-0) deste domingo frente ao Vitória de Guimarães.
No Minho, os portistas acabaram por desbloquear o jogo com um penálti ganho e convertido por Taremi, que voltou a sofrer cargas na área – foram duas, a quarta e quinta nesta temporada, algo em que o iraniano se tornou um especialista já desde os tempos do Rio Ave: segundo o site Fotmob, foram cinco na época passada e oito na anterior a essa, registos que lhe têm permitido, nestas três temporadas, liderar esse ranking específico.
Desta vez, foi Bruno Varela a “vítima”. Primeiro, atropelou Taremi num lance já quase perdido pelo portista (deu golo) e, depois, num outro lance menos evitável, mas que o próprio guardião salvou, impedindo o FC Porto de quase “matar” ali o jogo, aos 60’.
Varela foi apenas mais um a ser ludibriado por Taremi, mas foi o primeiro a impedir o iraniano de sorrir no final: ao 17.º penálti, o avançado falhou, pela primeira vez, um pontapé dos 11 metros em Portugal.
Jogo “sem balizas”
Para este jogo houve uma novidade em cada equipa: no sistema táctico do FC Porto e no modelo defensivo do Vitória.
Nos minhotos houve uma defesa bastante subida, algo que na verdade é uma semi-novidade, já que tinha sido vista recentemente frente ao Sporting, contrastando com outros duelos com os “grandes” noutra fase da temporada. Não tendo uma primeira linha de pressão muito alta, a equipa pôde estar compacta em cerca de 30 metros, procurando de forma clara retirar o jogo entre linhas ao FC Porto, preferindo “oferecer” a profundidade, tal como tinha feito aos “leões”.
Do lado portista viu-se um sistema muito dinâmico, que variou entre 4x4x2 e 4x3x3, mas que em grande parte do tempo foi um incomum 4x4x2 losango, com Taremi e Pepê na frente, por vezes abertos, com Fábio Vieira numa posição intermédia entre falso 9 e vértice mais avançado do losango.
A ideia seria retirar referências de marcação ao Vitória, mas isso acabou por retirar um pouco o criativo portista do jogo, já que raramente encontrou espaço entre linhas para poder jogar – por culpa da tal posição compacta das linhas montadas por Pepa, algo que já tanto tinha limitado Paulinho e Sarabia.
A solução do FC Porto era, portanto, recorrer ao ataque à profundidade ou apostar em abrir João Mário no corredor – seduzindo Rafa Soares a abrir e, com isso, ter espaço para Pepê e Otávio entre o lateral e o central.
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O jogo estava a ser disputado quase “sem balizas”, já que o FC Porto não conseguia criar por dentro e o Vitória também não tinha presença suficiente na frente para conseguir ferir sem ser por fogachos individuais.
Eis que aos 35’ uma bola colocada na profundidade – a tal via que os minhotos preferiram ceder ao FC Porto – lançou Taremi, que, como habitualmente, se mostrou sagaz a predispor-se para contactos na área. Bruno Varela atropelou o iraniano e o árbitro apitou para o penálti convertido pelo avançado.
Logo a seguir, o FC Porto conseguiu, pela primeira vez, a jogada que provavelmente mais queria ter feito com este 4x4x2 losango. Fábio Vieira partiu da posição 9 e pediu a bola em apoio frontal, arrastando um dos centrais. O espaço deixado livre por esse jogador arrastado foi, depois, explorado por Taremi, que rematou torto em boa posição.
Do lado contrário o Vitória criou perigo uma única vez, num remate de Rochinha de fora da área, após uma boa triangulação. Mas era pouco – e no FC Porto, em bom rigor, também pouco tinha sido (o único remate enquadrado na primeira parte de Guimarães foi o penálti de Taremi).
Estupiñan ajudou o FC Porto
Logo após o intervalo, o FC Porto repetiu a tal ideia-base. Fábio Vieira voltou a conseguir receber em apoio frontal, tocou para Otávio e o internacional português lançou Pepê no espaço vazio, rematando, depois, ao lado.
Aos 60’, o FC Porto apostou na outra via que usou neste jogo, a do ataque ao espaço. Taremi voltou a ser lançado em profundidade e… voltou a sofrer penálti de Bruno Varela. O guardião salvou, porém, o FC Porto de quase “matar” o jogo ali.
A partida continuou com poucos lances claros de golo e o FC Porto foi aceitando, com o passar dos minutos, que poderia compensar não ir à procura do segundo golo – ou pelo menos não por um jogo claramente ofensivo.
O Vitória teve, então, mais bola e o FC Porto, até por trocar jogadores como Fábio Vieira e Taremi por Galeno e Evanilson, procurava mais um futebol de transições.
Nessa fase, quando os minhotos teriam condições para o “assalto” final – tinham até colocado Bruno Duarte e Catamo em campo –, Estupiñan, sabendo que tinha um cartão amarelo (tentou marcar um golo com a mão na primeira parte), decidiu entrar de forma negligente sobre um adversário, num carrinho descuidado.
O avançado dos minhotos foi expulso e o jogo acabou aí, já que o FC Porto, exceptuando um lance de bola parada mal finalizado por Mumin aos 87’, pôde controlar a partida com bola e deixar o tempo correr.