Março foi o sexto mais chuvoso desde 2000, mas o país continua em seca moderada

Chuvas de Março puseram fim à seca extrema em Portugal, mas a maior parte do território continua em seca moderada. O IPMA explica que no final do mês se registou um aumento de água no solo em quase todo o país, sendo mais significativo na região Sul.

Foto
Barragem do Alto Rabagão, em Montalegre, no início de Fevereiro de 2022 Miguel Manso

Portugal continental registou no final de Março um desagravamento da situação de seca meteorológica em todo o território, deixando de haver regiões em situação de seca extrema, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)​. A notícia já tinha sido dada pelo PÚBLICO e é agora confirmada pelos números divulgados no boletim.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Portugal continental registou no final de Março um desagravamento da situação de seca meteorológica em todo o território, deixando de haver regiões em situação de seca extrema, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA)​. A notícia já tinha sido dada pelo PÚBLICO e é agora confirmada pelos números divulgados no boletim.

No fim de Março, 81,7% de Portugal continental estava em seca moderada, 15,9% em seca severa e 2,4% em seca fraca, de acordo com o índice meteorológico de seca (PDSI) disponível esta sexta-feira no site do IPMA.

Estes valores contrastam com a situação verificado no final de Fevereiro, em que mais de 60% do território de Portugal continental estava em seca extrema e 29,3% em seca severa.

Segundo o IPMA, no final de Março, grande parte do território estava na classe de seca moderada, enquanto parte do interior Norte e litoral Sul apresentam seca severa. O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

De acordo com o IPMA, existem quatro tipos de seca: meteorológica, agrícola, hidrológica e socioeconómica. A seca meteorológica está directamente ligada ao défice de precipitação, quando ocorre precipitação abaixo do que é normal.

Sexto Março mais chuvoso desde 2000

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA, indica que o mês de Março foi classificado como normal em relação à temperatura do ar e chuvoso quanto à precipitação.

Segundo o IPMA, Março foi o 6.º mais chuvoso desde 2000, com o valor médio da quantidade de precipitação (102,5 milímetros) superior ao valor normal 1971-2000.

Durante o mês de Março, segundo o relatório, verificou-se a ocorrência de chuva em grande parte dos dias, salientando-se o dia 3 e de 9 a 12 nas regiões Norte e Centro e o período de 20 a 24 nas regiões Centro e Sul.

O instituto destaca que, em alguns locais da região Sul, o total de Março é cerca de três vezes o valor médio.

O IPMA explica que no final de Março registou-se um aumento de água no solo em quase todo o território, sendo mais significativo na região Sul.

“Na região do Nordeste Transmontano e Beira Alta a recuperação não foi significativa e mantêm-se os valores inferiores a 20%, com alguns locais dessas regiões a atingirem o ponto de emurchecimento permanente”, é sublinhado no relatório.

Quanto às temperaturas, o valor médio da mínima do ar (7,43 graus Celsius) foi superior ao valor normal e o valor médio da máxima (16,32 graus) inferior ao normal.

O menor valor da temperatura mínima no continente foi registado no dia 7 em Alvega, distrito de Santarém, (-3,9 graus Celsius) e o maior valor da máxima (25,5 graus) em Monção (Viana do Castelo) em 24 de Março.