Adolescentes que empurraram e filmaram colega a ser atropelado vão fazer terapia
As duas jovens envolvidas no caso de bullying, no Seixal, foram ontem ao Juízo de Família e Menores para uma audiência prévia. Pais da vítima queriam que a principal agressora fosse internada num centro educativo. Negociações duraram três horas.
As duas alunas da Escola Dr. António Augusto Louro, na Arrentela, Seixal, que estiveram envolvidas num episódio de bullying, no dia 20 de Maio de 2021, a um colega que ao fugir acabou atropelado por um carro na Estrada Nacional 10-2, vão ter de realizar sessões de treino de competências sociais e pessoais, segundo noticiou o Correio da Manhã.
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As duas alunas da Escola Dr. António Augusto Louro, na Arrentela, Seixal, que estiveram envolvidas num episódio de bullying, no dia 20 de Maio de 2021, a um colega que ao fugir acabou atropelado por um carro na Estrada Nacional 10-2, vão ter de realizar sessões de treino de competências sociais e pessoais, segundo noticiou o Correio da Manhã.
A adolescente de 13 anos que surge num vídeo amplamente divulgado nas redes sociais a empurrar o rapaz antes de ser atropelado, terá de cumprir dois anos de terapia e a outra jovem que filmou vai cumprir um ano, determinou o juiz do Juízo de Família e Menores do Seixal, na quarta-feira, depois das partes, nomeadamente os pais do menor, os pais das duas jovens agressoras e o Ministério Público (MP) chegarem a acordo.
Ao que o PÚBLICO apurou, foram precisas cerca de três horas para chegar a um entendimento. Esta era apenas uma audiência prévia porque, caso não houvesse acordo, o juiz iria ouvir as testemunhas, que foram convocadas para aquele dia e só mais tarde decidir que medida tutelar educativa seria aplicada.
O MP pediu um ano de treino de competências sociais e pessoais para cada uma das jovens agressoras, mas os pais e o próprio jovem que foi vítima de bullying, e que ontem falou em tribunal, queriam uma medida tutelar educativa que implicasse o internamento num centro educativo da jovem que surge no vídeo a empurrar o rapaz e que consideraram como a principal agressora. Este pedido era justificado com o trauma que viveu e ainda vive, causado pela agressão que deu origem ao atropelamento.
Paulo Edson Cunha, o advogado da principal agressora, opôs-se à decisão e pediu que se chegasse a um acordo. Foram feitas algumas tentativas até chegar ao período de dois anos de terapia. Só aí os pais do jovem cederam. O MP também acabou por concordar e o juiz aceitou o acordo.
A terapia será promovida pela Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e a medida será reavaliada de três em três meses.
Ao PÚBLICO, Paulo Edson Cunha disse apenas que os pais e a jovem que representa acreditam que os meios que a Justiça disponibiliza vão ajudar a ultrapassar esta fase difícil da vida de todos, incluindo da outra jovem e do menino que foi vítima de bullying, uma vez que foi aplicada uma medida que permite a reabilitação sem prejudicar o futuro.