Paulo Mota Pinto é eleito líder da bancada do PSD e promete “articulação” com futuro líder
Dirigente remete para mais tarde a questão sobre se se vai manter no cargo quando o futuro líder do partido assumir funções.
Paulo Mota Pinto, presidente do conselho nacional do PSD, foi eleito líder da bancada parlamentar com uma esmagadora maioria (92%) dos votos, prometendo que haverá “sempre” uma “articulação” com a direcção do partido.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Paulo Mota Pinto, presidente do conselho nacional do PSD, foi eleito líder da bancada parlamentar com uma esmagadora maioria (92%) dos votos, prometendo que haverá “sempre” uma “articulação” com a direcção do partido.
Foi o próprio candidato único que quis anunciar, no Parlamento, os resultados aos jornalistas. Dos 77 deputados (dois estavam ausentes por motivos políticos e pessoais), registaram-se 71 votos a favor, dois brancos e dois nulos. Paulo Mota Pinto foi questionado por diversas vezes sobre se irá colocar o seu lugar à disposição quando o próximo líder do partido assumir funções, mas recusou responder à pergunta, alegando ser “prematuro”.
“O mandato que recebi é de duas sessões legislativas. A questão que me põe será colocada na devida altura”, disse. O dirigente e antigo juiz do Tribunal Constitucional afirmou que a direcção eleita “terá sempre articulação com a direcção do partido” e que a relação “será, sem dúvida, a melhor possível”. O tom parece harmonizado com as declarações de Luís Montenegro, candidato à liderança do PSD, que esta quarta-feira se comprometeu, caso seja eleito líder, com uma “coordenação total” com a bancada parlamentar, embora sem comentar o nome do candidato à presidência do grupo parlamentar.
A escolha de Paulo Mota Pinto por parte de Rui Rio para liderar a bancada gerou alguma surpresa entre os críticos do ainda líder social-democrata por causa das tensões que se viveram em conselhos nacionais nos últimos anos.
Paulo Mota Pinto liderava uma lista onde só dois vice-presidentes da direcção de Adão Silva (que foi eleito para a vice-presidência da Mesa da Assembleia da República) foram reconduzidos: Ricardo Baptista Leite e Catarina Rocha Ferreira. O vice-presidente da direcção cessante, André Coelho Lima, Fátima Ramos (eleita por Coimbra), Hugo Carvalho (cabeça de lista por Viseu), Paula Cardoso (eleita por Aveiro) e Paulo Rios (que concorreu pelo Porto) compõem a restante direcção parlamentar. São todos apoiantes de Rui Rio desde 2018. Clara Marques Mendes e Afonso Oliveira deixam a direcção da bancada, sendo que os outros dois deputados (Luís Leite Ramos e Carlos Peixoto) não foram eleitos nas últimas legislativas.
O líder parlamentar agora eleito disse que não tomará nenhuma posição sobre os candidatos à liderança do PSD. Até agora só Luís Montenegro assumiu querer suceder a Rui Rio. O antigo ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, anunciará na próxima semana uma decisão sobre a sua candidatura à liderança do partido.
As eleições directas estão marcadas para 28 de Maio e o congresso para 1,2 e 3 de Julho.