Nesta exposição do Museu do Prado podes sentir os aromas de uma pintura de Brueghel

Em A Essência de uma Pintura. Uma Exposição Olfactiva, os visitantes podem cheirar os odores de dez itens presentes na pintura O Olfacto, de Jan Brueghel e Rubens, enquanto a observam. Para visitar no Museu do Prado, em Madrid, até 3 de Julho.

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O Olfacto, de Jan Brueghel, o Velho, e Peter Raul Rubens Museu do Prado/Wikimedia Commons

Sempre quiseste saber quais os cheiros dentro de uma pintura? Isto agora é possível com a nova exposição do Museu do Prado, em Madrid, intitulada A Essência de uma Pintura. Uma Exposição Olfactiva. Inaugurada no dia 4 de Abril, esta mostra permite aos visitantes sentir os aromas de dez elementos presentes na obra O Olfacto, de Jan Brueghel, o Velho, e de Peter Raul Rubens.

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Sempre quiseste saber quais os cheiros dentro de uma pintura? Isto agora é possível com a nova exposição do Museu do Prado, em Madrid, intitulada A Essência de uma Pintura. Uma Exposição Olfactiva. Inaugurada no dia 4 de Abril, esta mostra permite aos visitantes sentir os aromas de dez elementos presentes na obra O Olfacto, de Jan Brueghel, o Velho, e de Peter Raul Rubens.

De acordo com o The Guardian, a ideia para a exposição surgiu em 2021, quando Alejandro Vergara, o curador-chefe do departamento de Pintura Flamenga e Escolas do Norte, estava a ter “conversas diferentes com amigos e colegas” e pensou em “focar-se no olfacto e levar um perfumista a trabalhar na pintura [de Rubens e Brueghel], a identificar o que está nela e a criar dez aromas”.

Assim, após os investigadores identificarem 80 espécies de flores e de plantas presentes na obra, o perfumista sénior da empresa Puig, Gregorio Sola, conseguiu recriar determinados aromas, como o de jasmim, rosa, nardo, figueira e flor de laranjeira.

Para além da flora, O Olfacto, pertencente a um conjunto de quadros intitulado Os Cinco Sentidos, apresenta alguns animais, destacando-se porquinhos-da-índia, pavões, um cão e uma civeta. Porém, apenas o odor “quente e fedorento” deste último mamífero é que está presente na exposição. “A civeta tem um aroma bem forte e sujo, mas é o que encontras em todas as receitas [de perfumes] desde 1500 a 1600. Isso é porque era usado como um fixador para assegurar que o perfume permanecesse na pele”, explica Gregorio Sola, citado pelo The Guardian. O perfumista assegura ainda que o perfume é sintético e que “nenhum animal foi magoado”.

Graças à tecnologia AirParfum, referida no site do Museu do Prado, os visitantes conseguem sentir todos os aromas, que são emitidos por “quatro difusores em ecrãs tácteis interactivos”, na sala da exposição.

Tanto a flora como a fauna presentes no quadro são da autoria de Jan Brueghel, o Velho, enquanto Rubens ficou encarregue de pintar as figuras alegóricas. Segundo Alejandro Vergara, “muitas pessoas não se focam” no trabalho de Brueghel, visto que o artista “pinta numa escala muito pequena, o que faz com que seja muito difícil quando se anda por um museu”. Desta forma, com os estímulos olfactivos, o curador da exposição espera que os visitantes se interessem mais pelo conjunto de pinturas associadas aos cinco sentidos e que conheçam “o cheiro do passado”.

Aliás, ao sentir determinados aromas, o cérebro humano consegue recordar melhor determinados objectos e locais do passado, sendo que “a nossa memória olfactiva é mais forte do que a nossa memória visual ou auditiva”, de acordo com Gregorio Sola. “Todos temos a nossa própria memória olfactiva e a ideia desta exposição é que a pintura de Jan Brueghel deixe a sua própria marca olfactiva memorável em todos nós.”

A Essência de uma Pintura. Uma Exposição Olfactiva está patente na sala 83 do edifício Villanueva do Museu do Prado, em Madrid, até 3 de Julho. A exposição pode ser visitada de segunda-feira a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos e feriados, das 10h às 19h.

Texto editado por Amanda Ribeiro