Materiais sofrem maior aumento desde 2008 e levam custos de construção para novo máximo
O preço dos materiais aumentou 10,1% em Fevereiro deste ano, a subida mais acentuada que se regista desde Agosto de 2008.
Os custos de construção de casas novas voltaram a acelerar em Fevereiro e atingiram novos máximos históricos. O preço dos materiais, que disparou mais de 10% nesse mês, é o factor que mais está a contribuir para este movimento, mas os custos com a mão-de-obra também têm vindo a acelerar.
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Os custos de construção de casas novas voltaram a acelerar em Fevereiro e atingiram novos máximos históricos. O preço dos materiais, que disparou mais de 10% nesse mês, é o factor que mais está a contribuir para este movimento, mas os custos com a mão-de-obra também têm vindo a acelerar.
Os dados, relativos ao índice de custos de construção de habitação nova, foram divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que dá conta de que, em Fevereiro de 2022, o custo total da construção de habitação aumentou 8,6% face ao mesmo mês do ano passado, valor que representa uma aceleração em relação à taxa de variação que tinha sido registada em Janeiro, de 7,4%. O índice de custos atingiu, assim, o nível mais elevado desde, pelo menos, 2000, ano em que o INE iniciou esta série estatística.
Esta evolução é registada numa altura em que a crise de matérias-primas, provocada inicialmente pelo impacto da pandemia sobre as cadeias logísticas, está a ser agravada pela guerra na Ucrânia, que tem levado os preços de produtos energéticos ou materiais metalúrgicos a disparar. Isso mesmo ilustram os dados do INE. Em Fevereiro, o índice de preços dos materiais registou um aumento de 10,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, a subida mais acentuada que se verifica desde Agosto de 2008.
Entre os materiais que mais contribuíram para esta evolução, indica o INE, estão os aços, produtos cerâmicos, gasóleo, vidros, aglomerados e ladrilhos de cortiça e madeiras e derivados de madeira. Em todos estes casos, registou-se um crescimento homólogo dos preços superior a 20%.
Já o custo da mão-de-obra, que também apresenta uma tendência crescente há vários meses, aumentou 6,4% no mês em análise, uma aceleração face à taxa de variação que tinha sido registada em Janeiro.
Na evolução em cadeia, por outro lado, as subidas de preços são menos acentuadas. O índice de custos total aumentou 1,5% em relação a Janeiro, enquanto o preço dos materiais cresceu 0,4% e o custo da mão-de-obra outros 3%.