Luís Montenegro quer PSD unido, sem “perder tempo a ajustar contas com o passado”

O candidato à liderança social-democrata não quer um PSD “dividido, enredado em lutas internas permanentes, muitas vezes carregadas de intolerâncias, de intrigas e de mesquinhez”.

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Luís Montenegro é até agora o único candidato à presidência do PSD Anna Costa

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro disse esta terça-feira aos militantes que se candidata à liderança para “unir e reunir o partido”, sem “perder tempo a ajustar contas com o passado”.

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O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro disse esta terça-feira aos militantes que se candidata à liderança para “unir e reunir o partido”, sem “perder tempo a ajustar contas com o passado”.

“Não podemos perder tempo a ajustar contas com o passado. Este não é tempo para queixumes, nem para tibiezas ou subtilezas. O que importa agora é que sejamos capazes de nos reorganizar e focar no futuro”, refere Montenegro, numa carta enviada aos militantes a que o PÚBLICO teve acesso e também citada pela Lusa.

Na véspera de apresentar publicamente a sua candidatura, o antigo deputado diz estar “totalmente empenhado em unir e reunir o PSD em volta de um projecto humanista e transformador”. “Não o conseguiremos cumprir com o partido dividido, enredado em lutas internas permanentes, muitas vezes carregadas de intolerâncias, de intrigas e de mesquinhez”, alertou.

Ainda assim, na mensagem enviada aos militantes Montenegro referiu que o PSD encerrou “um ciclo político com várias derrotas eleitorais e com a emergência de uma maioria absoluta” do principal adversário político, o PS.

“Os portugueses decidiram e deram ao PSD um duplo mandato. O de fazermos uma oposição firme, séria e vigilante e o de afirmarmos uma alternativa política credível, coesa e mobilizadora dos portugueses. Só assim poderemos reclamar novamente a responsabilidade de governar Portugal”, defendeu.

Luís Montenegro salientou que, entre os que procuram uma alternativa, “há desempregados sem esperança e milhões de portugueses com empregos precários e baixos salários” e “idosos sós e com acesso dificultado a serviços de saúde”, bem como “empresas asfixiadas em custos galopantes”.

“E há hoje uma guerra na Europa que nos recorda quão frágeis são a Democracia, os Direitos Humanos e a Liberdade”, acrescentou na carta enviada aos militantes.

Montenegro afirmou querer protagonizar “um projecto aberto à sociedade, agregador, edificado de baixo para cima, a partir de cada militante, de cada simpatizante, de cada autarca e de cada estrutura”. “Temos de estar à altura do que foi e é o nosso PSD: os seus ideais, a sua História e os seus militantes (...) Acredito muito em Portugal e acredito muito no PSD. Conto com todos para fazer Portugal acreditar”, diz.

Também na noite desta terça-feira foi lançada a página da candidatura no Facebook, precisamente com o slogan "Acreditar”.

Numa curta mensagem de vinte segundos, Luís Montenegro deixa quatro palavras que considera decisivas para o futuro do PSD: “Energia, convicção, unidade, responsabilidade. Este é o nosso futuro”. “Bem-vindos à página “Acreditar”, um espaço de todos, onde vamos discutir o futuro de Portugal. E vamos fazê-lo a partir do PSD, um PSD, renovado, empenhado e mobilizado”, afirma.

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro apresenta na quarta-feira publicamente a sua candidatura à liderança do partido, cerca de uma semana depois de ter confirmado à Lusa que disputará as eleições directas de 28 de Maio. A apresentação está marcada para as 11h, na sede nacional do PSD, em Lisboa.

Luís Montenegro é, por enquanto, o único candidato assumido à presidência do PSD, mas o antigo primeiro vice-presidente Jorge Moreira da Silva também deverá entrar na corrida, tendo marcado uma declaração pública para 14 de Abril, depois de concluir um trabalho anual na OCDE, organização da qual é director da Cooperação para o Desenvolvimento.

O actual presidente do PSD, Rui Rio, que ocupa o cargo desde Janeiro de 2018, já anunciou que deixará a liderança do partido depois da derrota nas legislativas de 30 de Janeiro. As eleições directas para escolher o seu sucessor foram marcadas para 28 de Maio e o Congresso vai realizar-se entre 1 e 3 de Julho, no Porto.