Um encontro de coroas: a rainha Letizia junta-se ao princípe Carlos em celebração da arte espanhola
A mulher de Felipe VI de Espanha e o herdeiro do trono britânico marcaram presença em Bishop Auckland, onde uma dúzia de quadros Francisco de Zurbarán se tornaram o mote para uma exposição de arte espanhola.
A presença de figuras reais em Inglaterra não é uma novidade, mas desta vez a personalidade monárquica a atrair atenções foi uma visita estrangeira: a rainha Letizia foi até Bishop Auckland, cidade mercantil no condado de Durham, Norte de Inglaterra, e roubou as atenções ao príncipe Carlos, primeiro na linha de sucessão à coroa britânica.
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A presença de figuras reais em Inglaterra não é uma novidade, mas desta vez a personalidade monárquica a atrair atenções foi uma visita estrangeira: a rainha Letizia foi até Bishop Auckland, cidade mercantil no condado de Durham, Norte de Inglaterra, e roubou as atenções ao príncipe Carlos, primeiro na linha de sucessão à coroa britânica.
Os dois, que protagonizaram momentos indicativos das boas relações entre as duas coroas, marcaram presença na inauguração de uma exposição de arte espanhola no Castelo de Auckland, apenas possível depois de a população se ter rebelado contra a vontade da Igreja Anglicana de leiloar as obras através da conhecida Christie's.
O escândalo, que ocorreu há uma década, envolveu a mudança do detentor do título de bispo de Durham que, ainda antes de tomar posse, tentou colocar Jacob e os seus Doze Filhos (a série magistral do pintor sevilhano), preservada durante séculos no Castelo de Auckland. O bispo jubilado, Thomas Wright, manifestou-se contra, assim como toda a comunidade de Bishop Auckland. Na época, o director de comunicação da Igreja Anglicana, Peter Crumpler, explicou que o dinheiro arrecadado pela venda, estimado em 15 milhões de libras (17,7 milhões de euros, ao câmbio de 2011), permitiria assegurar os salários de dez vigários por algum tempo.
“Nem conseguiam pronunciar o nome do pintor e ninguém tinha visto os quadros porque não estavam em exposição pública. Mas toda a cidade considerou um ultraje que a Igreja quisesse levá-los”, recordou o jornalista do Northern Echo Chris Lloyd. E a insatisfação popular acabou por levar a melhor, com a interferência de Jonathan Ruffer, um banqueiro, milionário e filantropo que criou o Projecto Auckland. Ruffer comprou as pinturas, depois adquiriu o castelo, e criou a Galeria Espanhola, onde, além do trabalho de Zurbarán, se podem apreciar obras de Murillo, El Greco e Berruguete.