Benfica conseguiu dividir, mas acabou partido
“Encarnados” perderam por 1-3 na primeira mão dos quartos-de-final da Champions. Luis Díaz inclinou a balança a favor dos britânicos na recta final.
Era mais uma esperança do que uma expectativa. “Acredito que podemos dividir a eliminatória”, dizia Nélson Veríssimo, à espera de uma excepcional noite europeia do Benfica, na Luz, frente ao Liverpool, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. É certo que ainda falta o segundo encontro, mas a verdade é que os “encarnados” conseguiram dividir o jogo e a derrota por 1-3 com os “reds” não é mortal para as aspirações da equipa portuguesa. Podia ter sido bem pior. E marcar dois golos em Anfield não será impossível. O Benfica já provou em Amesterdão que é capaz do impossível.
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Era mais uma esperança do que uma expectativa. “Acredito que podemos dividir a eliminatória”, dizia Nélson Veríssimo, à espera de uma excepcional noite europeia do Benfica, na Luz, frente ao Liverpool, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. É certo que ainda falta o segundo encontro, mas a verdade é que os “encarnados” conseguiram dividir o jogo e a derrota por 1-3 com os “reds” não é mortal para as aspirações da equipa portuguesa. Podia ter sido bem pior. E marcar dois golos em Anfield não será impossível. O Benfica já provou em Amesterdão que é capaz do impossível.
Este Liverpool é tudo o que o Benfica não é. Equipa consolidada, com craques de nível mundial, com dinâmica de vitória e um treinador com tempo e recursos para fazer passar as suas ideias. O Benfica, pelo contrário, é uma equipa desequilibrada, com um treinador aparentemente a prazo, em modo de gestão e com horizontes competitivos reduzidos. Tinha tudo para ser um jogo de sentido único e de resultado que tornaria a segunda mão, em Anfield, na próxima semana, numa mera formalidade. E durante a primeira parte foi o que aconteceu.
O Liverpool foi exactamente aquilo que mostra todas as semanas na Premier League, a transpor para o campo as ideias de Jürgen Klopp. Pressão alta asfixiante e jogo sempre no sentido da baliza adversária, deixando os “encarnados” entrincheirados à volta da sua baliza e a contar com a inspiração do guarda-redes, Vlachodimos. Aos 9’ e aos 12’, o guardião grego deteve duas oportunidades flagrantes de golo dos “reds”, primeiro um remate de Salah na pequena área, depois um remate longo de Keita.
Adivinhava-se o golo, que aconteceu aos 17’. Canto marcado da direita, por Robertson, e Konaté, nas alturas, a cabecear para o 0-1. Vlachodimos nada podia fazer, nem Everton, o baixinho brasileiro que ficou encarregado de vigiar o central francês.
Pouco depois, o Benfica começou a colocar a cabeça de fora. Aos 23’, Everton levou a bola em velocidade até à área, ficou com a baliza de Alisson na mira, mas hesitou um segundo, ficou apertado por Van Dijk e o remate saiu ao lado. Na resposta, o ex-FC Porto Luis Díaz quase fez o 0-2, mas o herói benfiquista voltou a ser Vlachodimos. Na outra área, Otamendi podia ter sido herói, mas falhou o cabeceamento para uma baliza vazia após um canto bem medido.
Na resposta, o Liverpool fez o 0-2. Tudo começou numa perda de bola de Taarabt, Alexander-Arnold fez, de imediato, o lançamento para a área e Díaz cabeceou para Sadio Mané rematar sem qualquer oposição. Isto era o Liverpool a ser igual a si próprio e o Benfica também não era muito diferente do que tem sido nos últimos meses. Os “reds” ainda tiveram mais um par de bolas de golo até ao intervalo, mas a falta de pontaria na finalização não parecia ser grande problema. Iriam lá pelo volume e alguma coisa haveria de entrar.
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A segunda parte foi completamente diferente. Tudo começou a mudar aos 49’. Rafa, lançado pela direita, conseguiu fazer o cruzamento para a área. Konaté, o autor do primeiro golo, falhou completamente a intercepção e a bola sobrou para Darwin, que encostou para o 1-2. Voltava a haver esperança para o Benfica, que conseguiu mudar a narrativa do jogo. Foi mais agressivo, mais intencional nas suas acções ofensivas e muito perigoso – Darwin deu muito trabalho aos centrais do Liverpool e até chegou a cair na área num lance com Van Dijk, em que o neerlandês o atingiu com o braço, mas o árbitro mandou jogar.
O Benfica carregou com intenção e é preciso dizer que o Liverpool tremeu. Klopp foi rodando a equipa – entradas aos 60’ de Diogo Jota e Firmino – mas nada alterou na dinâmica de jogo. Everton ainda teve uma boa hipótese neste período, mas a equipa de Nélson Veríssimo já parecia estar com pouca energia para manter o assalto. E o Liverpool lá conseguiu deixar a eliminatória um pouco mais desequilibrada, com um golo de Luis Díaz aos 87’ – desta vez, o colombiano foi competente na finalização após passe de Keita.
O golo que o ex-FC Porto festejou de forma exuberante esvaziou completamente a pilha do Benfica na Luz. Mas não foi uma noite totalmente perdida. Os “encarnados” podem ter acabado partidos e com via difícil para as meias-finais da Liga dos Campeões, mas conseguiram dividir o jogo contra uma das melhores equipas da Europa. E isso já é qualquer coisa.