Caetano Reis e Sousa. O que faz do sistema imunitário o mais complexo a seguir ao cérebro?
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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Caetano Reis e Sousa, doutorado em imunologia pela Universidade de Oxford e é actualmente líder de grupo do laboratório de investigação em imunologia do Francis Crick Institute, em Londres. A sua investigação centra-se nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na detecção de infecções, cancro e lesões pelo sistema imunitário.
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Esta semana, no podcast 45 Graus, o convidado é Caetano Reis e Sousa, doutorado em imunologia pela Universidade de Oxford e é actualmente líder de grupo do laboratório de investigação em imunologia do Francis Crick Institute, em Londres. A sua investigação centra-se nos mecanismos celulares e moleculares envolvidos na detecção de infecções, cancro e lesões pelo sistema imunitário.
Caetano Reis e Sousa começa por explicar como funciona o sistema imunitário, que no caso dos vertebrados tem duas componentes distintas, que actuam em momentos diferentes. Num momento inicial, quando um agente patogénico entra no corpo, ou sofremos uma lesão, a primeira resposta é dada pelo chamado sistema “inato”. Mas as “armas”, deste sistema 1, são, digamos, pouco diferenciadas - e isso por vezes não são suficientes para debelar a infecção. Quando isso acontece, entra em funcionamento o “sistema 2”, que tem uma resposta mais potente e específica para a bactéria, vírus ou fungo em causa. É neste segundo sistema, o chamado sistema “adquirido”, que pensamos quando pensamos na resposta imunitária do corpo, por exemplo aos vírus da gripe ou da covid-19. Este sistema 2 tem, ele próprio, duas vertentes que actuam em paralelo para combater a infecção: uma através das células B, que produzem os conhecidos anticorpos para atacar directamente os patogéneos; a outra através das células T, que actuam sobre as células já infectadas.
Embora o sistema imunitário seja, de facto, extremamente eficaz, tem, como todos os sistemas biológicos, falhas e limitações, que também discutimos neste episódio - com é o caso das alergias, das doenças auto-imunes e mesmo do facto, ainda não totalmente explicado, de irmos perdendo, ao longo do tempo, a imunidade ao vírus da Covid-19 (por razões que ainda não se sabe completamente).
Para além de nos proteger de infecções causadas por agentes externos, o sistema imunitário tem também a capacidade de destruir células cancerígenas. Esta vertente do sistema ainda não é totalmente compreendida, mas está na base de uma área de ponta da imunologia que também discutimos: a tentativa de desenvolver vacinas terapêuticas que permitam direccionar o sistema imunitário dos doentes para combater o cancro.
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