Palcos da semana

O Westway Lab volta a ecoar em Guimarães; o Tremor, em São Miguel. No Porto, há Identidades em exposição, enquanto Lisboa acolhe o seu primeiro Sónar, a dança de Yester:Now e um Boom! teatral.

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Sónar a pulsar por cá

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Sónar a pulsar por cá

O Sónar de Barcelona estreia-se em Lisboa com uma réplica nada modesta: vêm aí três dias com cerca de 70 actuações ao vivo. À semelhança do festival original – meca da música electrónica, já ramificada por outras cidades do mundo –, espraia-se por vários pontos da cidade e assume uma dinâmica diurna e nocturna, com lugar não só para concertos, mas também artes visuais e conferências (no Sónar+D). Musicalmente falando, sobem ao palco nomes como Arca, Bicep, Branko, Charlotte de Witte, Floating Points, Nina Kraviz, Pongo, Richie Hawtin, Rui Vargas ou Thundercat.

O laboratório volta ao palco

Bruno Pernadas à frente de um Caleidoscópio, Sensible Soccers a apresentarem Manoel, Jorge Rocha entre o acústico e o electrónico, Maika Makovski a exibir MKMK, Rui Reininho experimental por entre 20.000 Éguas Submarinas, Angelica Salvi com a sua harpa, Bandua a reinterpretar tradições da Beira Baixa e Clube Makumba a esticar fronteiras. Estes são apenas alguns entre os mais de 20 concertos que invadem Guimarães durante o nono Westway Lab, festival-laboratório feito de música ao vivo, residências artísticas e conferências, que regressa em força ao formato presencial, depois de uma edição híbrida e outra em modo digital.

Um enxame e um Boom!

“Nazis e hippies, símbolos da paz e de bluetooth, manifestações e autoridade estatal, religião, cultura pop e política, punk e musicais” – tudo tem direito aos seus minutos de fama em Yester:Now, elenca o seu coreógrafo, Moritz Ostruschnjak. Dançado por “um enxame” de seis bailarinos, perfila-se como uma simplificação extrema, resultante da “tentativa de lidar com a vasta complexidade das questões mundiais”, acrescenta. Chega ao Centro Cultural de Belém no mesmo dia em que ali se estreia Boom!, a peça em que Miguel Loureiro encena uma versão integral de The Milk Train Doesn't Stop Here Anymore, de Tennessee Williams, com cenários de André Murraças e tradução e dramaturgia de Miguel Graça – “um espectáculo de excessos sobre o excesso”, avisa a folha de sala.

Identidades retratadas

A cores ou preto e branco, em trânsito ou momentos especiais, solitários ou entre as gentes, em sombras ou desfocados, de olhar perdido ou a encarar a câmara, de rosto destapado, mascarado ou até sem o ter à vista. É a arte do retrato a mostrar-se em vários ângulos na colectiva Identidades, que “reflecte sobre a nossa memória, os direitos humanos, o conflito entre a identidade pessoal e social, a existência, o futuro e sobre um mundo cheio de mentira no qual vivemos”. A descrição é de Rubén García Felices, um dos dez fotógrafos que assinam as imagens, enquanto parte do grupo Diez Miradas. Os outros são Cristóbal Carretero Cassinello, Xavier Ferrer Chust, Joan Forteza, Rubén García Felices, Juan Carlos Gargiulo, Manel Quiros, Ramón Siscart, Pablo Tarrero, Paz Vicente e Rui Morão, a quem a exposição é dedicada “a título póstumo e com todo o carinho”.

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Sons no epicentro

Do Coliseu Micaelense ao Ateneu Comercial de Ponta Delgada, passando pelo Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas, o Mercado Municipal, a Igreja do Colégio e muitas outras localizações (incluindo secretas), o Tremor torna a fazer-se sentir em São Miguel como epicentro de concertos, circuitos, residências e outras experiências musicais (e não só). O programa é vasto e acolhe artistas e estilos de toda a estirpe e origem – Lyra Pramuk, Baby's Bersek, Cocanha, Duma, Caroline Lethô, MadMadMad, Ikram Bouloum, TootArd, As Docinhas, We Sea, Tristany, The Rite of Trio, Rodrigo Amarante e muitos outros – sem esquecer opções à medida dos mais pequenos, no Mini Tremor. O festival ressoa também na novidade do ano: a extensão da experiência à gastronomia, em jantares típicos e familiares que envolvem a comunidade de Rabo de Peixe.