Os vice-presidentes do Chega foram chumbados por 80% do Parlamento?
Os deputados escolheram esta quinta-feira os vice-presidentes da Assembleia da República. Os dois nomes indicados pelo partido de André Ventura foram travados. Por quantos deputados?
A frase
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A frase
“Não foi sequer o PS que chumbou os candidatos do Chega, foram mais de 80% dos deputados da Assembleia da República. Acho que é evidente que há forças democráticas que percebem que nas instituições, sempre que puderem, não deixarão passar interlocutores que são xenófobos, racistas, e antissistema democrático.”
Eurico Brilhante Dias, líder parlamentar socialista, em entrevista ao Diário de Notícias
O contexto
Na quinta-feira, o Parlamento votou os nomes de candidatos à vice-presidência da Assembleia da República. Tal como esperado, os nomes propostos pelo Chega, Diogo Pacheco de Amorim e Gabriel Mithá Ribeiro, foram chumbados. Esta votação tem sido polémica desde que se percebeu que das eleições de Janeiro saiu um resultado que dava ao Chega a possibilidade de indicar um nome para a vice-presidência e que se soube da oposição de vários partidos.
Na entrevista que deu ao Diário de Notícias, Brilhante Dias acusou o Chega de ter um “discurso xenófobo e racista” realçando que o PS está “do outro lado da barricada”, mas socorreu-se do resultado da votação para os lugares de vice para argumentar que a rejeição não foi só do PS. “O voto é secreto, como sabem. O resultado da votação é muito expressivo. Os dois candidatos do Chega, um deles teve 35 votos e outro 37, por isso, não foi sequer o PS que chumbou os candidatos do Chega.”
Os factos
Na quinta-feira, o nome do deputado do Chega Diogo Pacheco de Amorim foi a votos para vice-presidente da AR, tendo recebido 35 votos a favor, 183 brancos e seis nulos, num universo total de 224 votantes. Perante o chumbo, o Chega levou um novo nome a votação: Gabriel Mithá Ribeiro, que obteve 37 votos a favor, 177 brancos e 11 nulos, num total de 225 deputados.
Em resumo
Nas duas votações, os votos brancos e nulos somaram mais de 80% no total de votos, mais precisamente 84%. Portanto, a frase do líder parlamentar socialista é verdadeira.