Uruguai: uma selecção que ainda tem os seus “matusaléns”

Todas as selecções têm os seus “matusaléns”, o Uruguai talvez mais do que a maioria.

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Cavani é um dos avançados do Uruguai Reuters/ALBERTO VALDES

O estatuto de cabeça-de-série protegeu a selecção portuguesa de males maiores no sorteio, mas não evitou o reencontro com o seu “carrasco” do último Mundial. Em 2018, Portugal caiu em Sochi (2-1) frente a um sólido Uruguai alimentado pelos golos de Edinson Cavani. Quatro anos depois, não se pode dizer que a selecção sul-americana seja substancialmente diferente. Mudou de treinador – Óscar Tabarez abandonou o cargo em 2021 após 15 anos e foi substituído pelo antigo internacional Diego Alonso. Mas, olhando para as últimas convocatórias do Uruguai com o novo seleccionador (ainda com um registo perfeito de cinco vitórias em cinco jogos), os homens de confiança continuam a ser os mesmos.

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O estatuto de cabeça-de-série protegeu a selecção portuguesa de males maiores no sorteio, mas não evitou o reencontro com o seu “carrasco” do último Mundial. Em 2018, Portugal caiu em Sochi (2-1) frente a um sólido Uruguai alimentado pelos golos de Edinson Cavani. Quatro anos depois, não se pode dizer que a selecção sul-americana seja substancialmente diferente. Mudou de treinador – Óscar Tabarez abandonou o cargo em 2021 após 15 anos e foi substituído pelo antigo internacional Diego Alonso. Mas, olhando para as últimas convocatórias do Uruguai com o novo seleccionador (ainda com um registo perfeito de cinco vitórias em cinco jogos), os homens de confiança continuam a ser os mesmos.

Todas as selecções têm os seus “matusaléns”, o Uruguai talvez mais do que a maioria. Fernando Muslera (35 anos/131 internacionalizações) continua a ser o dono da baliza, Diego Godín (36/157) mantém-se como o capitão a partir do eixo da defesa, com a companhia frequente de Martin Cáceres (34/112), e o ataque continua a viver da parceria entre Luis Suárez (35/132) e Edinson Cavani (35/130). São eles a espinha dorsal de uma selecção que continua longe de fazer sombra às duas maiores potências da América do Sul, Brasil e Argentina.

Mas há um esforço de renovação neste Uruguai, com muito talento jovem a entrar na fase de maturação competitiva. No ataque, por exemplo, o nome mais óbvio é o de Darwin Núñez, o potente avançado do Benfica que vai brilhando na Liga portuguesa. Na defesa, onde o sportinguista Sebastián Coates também é um convocado habitual, Ronald Araújo está pronto para o render da guarda no eixo da defesa, ele que finalmente ganhou o seu espaço como titular do Barcelona, um central alto e poderoso, com velocidade e que sabe tratar a bola.

O meio-campo também tem a sua dose de craques já com alta rodagem no futebol internacional. Fede Valverde vai ganhando cada vez mais importância no Real Madrid, Rodrigo Betancur está a tentar afirmar-se no Tottenham depois de quatro épocas produtivas na Juventus, Lucas Torreira é um médio trabalhador incansável na Fiorentina, Giorgian de Arrascaeta tem sido fundamental a gerir o ataque do Flamengo desde 2019. E não esquecer outro representante do campeonato português, o sportinguista Manuel Ugarte. Não é garantido que vá ao Mundial, mas já tem um par de internacionalizações.

E é preciso não esquecer que o Uruguai já foi campeão do mundo por duas vezes – num Mundial que organizou, em 1930, e em 1950, num jogo com o Brasil que ficou conhecido para a história como o “Maracanaço”. Desde esses dois títulos, os uruguaios já ficaram por três vezes em quarto lugar.

No que diz respeito a confrontos com Portugal, e para além desse triunfo no Mundial da Rússia, houve mais dois, o primeiro num particular em 1966 (vitória portuguesa por 3-0 com três golos de José Torres), o segundo na Taça Independência em 1972 que terminou empatado (1-1).