Bundesliga anuncia perdas de mais de mil milhões de euros em dois anos
A pandemia provocou esta queda na Liga alemã, que aponta que a situação pode repercutir-se no desenvolvimento do futebol germânico e, possivelmente, na forma de financiamento dos clubes.
Os clubes alemães das primeira e segunda divisões de futebol perderam mais de mil milhões de euros desde o início da pandemia de covid-19, anunciou nesta sexta-feira a Bundesliga (DFL) na apresentação do seu relatório anual.
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Os clubes alemães das primeira e segunda divisões de futebol perderam mais de mil milhões de euros desde o início da pandemia de covid-19, anunciou nesta sexta-feira a Bundesliga (DFL) na apresentação do seu relatório anual.
Na temporada 2020/21, “a receita total dos dois campeonatos caiu mais de 750 milhões de euros em relação à última antes da pandemia (2018/19): de 4,8 para 4,05 mil milhões de euros”, disse a presidente da DFL, Donata Hopfen.
“A quebra do volume de negócios no final das duas primeiras épocas afectadas pela covid-19, 2019/20 e 2020/21, ultrapassa mil milhões de euros”, especificou a presidente da DFL.
Esse deficit vem principalmente de jogos disputadas à porta fechada ou diante de um público reduzido. Dois anos após o inicio da pandemia, os estádios alemães ainda não recuperaram a sua capacidade total de acolher espectadores.
Em 2020/21, as receitas de bilheteira diminuíram cerca de 95 por cento em comparação com a última época pré-pandémica, passando de cerca de 650 milhões de euros em 2018/19 para apenas 35,5 milhões de euros na época passada.
A situação teve um impacto muito forte no emprego, com o número de funcionários do futebol profissional a cair 50 por cento, para 26.183 funcionários contra 52.786 em 2019/20.
Os empregos indirectos (essencialmente serviços em dia de jogo) caíram 80 por cento. Esses números referem-se aos 36 clubes alemães que são membros da DFL, 18 na primeira divisão e 18 na segunda.
Além disso, os direitos de transmissão televisiva e as receitas de marketing também caíram na última temporada. “Estamos a enfrentar uma situação sem precedentes”, disse Donata Hopfen, acrescentando que “a era de crescimento que parecia evidente parece ter acabado”.
Esta situação, adianta, poderá repercutir-se no desenvolvimento do futebol alemão e, possivelmente, na forma de financiamento dos clubes, num país em que proíbe um único investidor de obter o controlo maioritário dentro de um clube.
A covid-19 provocou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse.