TAS confirma quatro anos de suspensão por doping de Raul Alarcón
Anomalias registadas no passaporte biológico do espanhol são, segundo o tribunal, coincidentes com transfusões sanguíneas.
O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou a suspensão de quatro anos de Raul Alarcón, considerando que as anomalias registadas no passaporte biológico do ciclista espanhol, vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018, são coincidentes com transfusões sanguíneas.
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O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) confirmou a suspensão de quatro anos de Raul Alarcón, considerando que as anomalias registadas no passaporte biológico do ciclista espanhol, vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018, são coincidentes com transfusões sanguíneas.
Na decisão do TAS referente ao recurso do espanhol, datada de 28 de Janeiro e a que a agência Lusa teve acesso, pode ler-se que o painel daquele organismo “está confortável” com a conclusão de que a causa para as anomalias no passaporte biológico de Alarcón será “muito certamente o uso de um método proibido, ou seja, transfusão sanguínea”.
“O painel considera que o perfil [hematológico] do corredor evidencia uma grande possibilidade de manipulação sanguínea, cujo timing reforça esta conclusão, uma vez que estas anomalias coincidem com a Volta a Portugal de 2015, 2017 e 2018”, estima o TAS.
Assim, o painel presidido pela francesa Carine Dupeyron rejeita o recurso do ciclista de 36 anos, confirmando a suspensão de quatro anos imposta pela União Ciclista Internacional (UCI), até 20 de Outubro de 2023, e a anulação de todos os resultados desportivos do ex-corredor da W52-FC Porto entre 28 de Julho de 2015, data do primeiro resultado “adverso”, e 21 de Outubro de 2019, pelo que o espanhol “perde” as duas Voltas a Portugal conquistadas.
Vencedor da Volta a Portugal em 2017 e 2018, Alarcón foi suspenso por quatro anos por “uso de métodos e/ou substâncias proibidas” pela UCI a 8 de Maio de 2021, depois de já ter sido suspenso provisoriamente a 21 de Outubro de 2019.
O espanhol, que sempre clamou a sua inocência, recorreu ao TAS, que agora ratificou a decisão do Tribunal Antidopagem da UCI, refutando, nomeadamente, a alegação de que “há vários factores que afectam o volume do plasma e que influenciam os parâmetros hematológicos, que não estão relacionados com práticas dopantes”.
O painel do TAS refutou também outros argumentos da defesa, que insiste que o passaporte biológico do atleta não mostra “qualquer anomalia”, como “inadequação na preservação das amostras”, “falha na cadeia de custódia” das amostras ou “ausência de qualificação” dos agentes antidoping que recolheram o sangue.
Alarcón é o quinto corredor a perder o triunfo na Volta a Portugal por doping, depois de Marco Chagas (1979), Joaquim Agostinho (1969 e 1973), Fernando Mendes (1978) e Nuno Ribeiro, actual diretor desportivo da W52-FC Porto, em 2009.