António Costa, a máquina de fazer (e triturar) sucessores

Costa não está a fazer como Attlee e a prolongar propositadamente a sua permanência no cargo. Mas está a seguir Attlee quando tenta, por todos os meios, não passar a bola ao seu ministro das Infra-estruturas.

Clement Attlee, que foi primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido entre 1945 e 1951 e braço-direito de Churchill no “war cabinet” (e quem me costuma ler sabe que é uma personagem relativamente à qual eu tenho particular obsessão), liderou o Labour durante 20 anos. Podia ter saído da liderança quando o partido perdeu as eleições em 1951 para Churchill. Não quis e ninguém o obrigou. Não que Attlee quisesse loucamente continuar a ser líder – em 1951 já tinha 68 anos e considerava mais ou menos a sua missão política cumprida. Mas aguentou mais quatro anos e levou o Labour a sofrer nova derrota apenas com um objectivo: deixar que os seus contemporâneos apenas um pouco mais jovens, que aspiraram à liderança e tentaram alguns “golpes palacianos” mal sucedidos para o derrubar, envelhecessem o suficiente para passar o testemunho a uma nova geração.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Clement Attlee, que foi primeiro-ministro trabalhista do Reino Unido entre 1945 e 1951 e braço-direito de Churchill no “war cabinet” (e quem me costuma ler sabe que é uma personagem relativamente à qual eu tenho particular obsessão), liderou o Labour durante 20 anos. Podia ter saído da liderança quando o partido perdeu as eleições em 1951 para Churchill. Não quis e ninguém o obrigou. Não que Attlee quisesse loucamente continuar a ser líder – em 1951 já tinha 68 anos e considerava mais ou menos a sua missão política cumprida. Mas aguentou mais quatro anos e levou o Labour a sofrer nova derrota apenas com um objectivo: deixar que os seus contemporâneos apenas um pouco mais jovens, que aspiraram à liderança e tentaram alguns “golpes palacianos” mal sucedidos para o derrubar, envelhecessem o suficiente para passar o testemunho a uma nova geração.