Loulé está a moldar um novo futuro para as artes e ofícios tradicionais

Quanto peso suporta uma malha de empreita? Como se enlaçam as ripas das memórias de infância? É possível soprar plástico como se fosse vidro? E manter o ritmo metálico dos caldeireiros a fazer-se soar pelas ruas de Loulé? O projecto Loulé Criativo quer preservar as técnicas ancestrais para adaptá-las às necessidades de hoje, numa estratégia de desenvolvimento para o interior do Algarve que pretende criar emprego, combater a sazonalidade do turismo e adaptar-se a um ciclo sustentável.

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Um cadeirão redondo, uma mesa de centro, um saco que, consoante o fundo, tanto se estreita como se alarga num círculo; tudo num desenho limpo e contemporâneo. Materiais? Contraplacado e malha de empreita, uma técnica de enlaçar folhas de palma ou esparto, típica do Algarve. Gonçalo Gama, natural de Olhão, esteve a desenvolver estes e outros objectos semelhantes ao longo dos últimos anos como parte da tese de mestrado em Design de Produto que acaba de defender. A empreita, confessa, não foi a primeira escolha. “Comecei com explorações aleatórias, fui à impressão 3D, mistura com cerâmica, metais, tanta coisa. Depois pensei: porque não experimentar testar as capacidades da palma e ver o que consigo tirar dali?”