Açores: idosos de lar de Velas levados para a Calheta
Operação foi “preparada” com a Protecção Civil e com a Câmara Municipal de Velas. Os idosos, a “maior parte com mais de 80 anos”, seguiram para a Calheta, o outro concelho da ilha de São Jorge.
Os 85 utentes da Casa de Repouso João Inácio de Sousa, localizada nas Velas, em São Jorge, Açores, foram retirados do lar e levados para a Calheta devido à crise sismovulcânica, revelou quinta-feira o presidente da instituição. Em declarações aos jornalistas, Paulo Silveira, presidente da Casa de Repouso, disse que a operação foi “preparada” com a Protecção Civil e com a Câmara Municipal de Velas.
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Os 85 utentes da Casa de Repouso João Inácio de Sousa, localizada nas Velas, em São Jorge, Açores, foram retirados do lar e levados para a Calheta devido à crise sismovulcânica, revelou quinta-feira o presidente da instituição. Em declarações aos jornalistas, Paulo Silveira, presidente da Casa de Repouso, disse que a operação foi “preparada” com a Protecção Civil e com a Câmara Municipal de Velas.
Os idosos, a “maior parte com mais de 80 anos”, seguiram para a Calheta, o outro concelho da ilha. “26 utentes seguiram para a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, para o lar. Os restantes foram para a pousada da juventude”, especificou. Paulo Silveira avançou ainda que os utentes estão a ser acompanhados pela psicóloga da instituição.
“Os idosos estão receosos, mas têm uma certa calma. Temos tido um diálogo permanente com eles e tivemos o cuidado de explicar a situação. Como sabe, com a idade que têm, não é fácil. Ficaram ressentidos, estão calmos e esperamos que corra tudo bem”, assinalou. E acrescentou: “A maior parte deles tem a memória do sismo de 1964 e têm a memória do sismo de 1980. E agora [têm presente] o sismo que recentemente houve nas Canárias. Portanto, as pessoas estão preocupadas com a situação. É natural”.
Durante a tarde desta quinta-feira, várias pessoas acorreram ao terminal marítimo das Velas e ao aeroporto para abandonar a ilha de São Jorge, conforme constatou a agência Lusa nos locais. Durante a manhã, o presidente do Governo Regional anunciou um reforço das ligações marítimas e áreas para São Jorge, para permitir a saída da população que o desejar fazer.
Os habitantes das fajãs do concelho das Velas, em São Jorge, vão ser retirados, passando a ser proibido ir para aquelas zonas devido à crise sismovulcânica, revelou o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro. O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, alertou que a chuva prevista para sexta-feira e sábado, conjugada com a crise sísmica, pode provocar desabamentos em São Jorge.
A actividade sísmica na ilha de São Jorge “continua acima do normal” e nas últimas horas “foram sentidos 11 sismos”, informou quinta-feira o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA). Na quarta-feira, o CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa “possibilidade real de erupção”.
Perante este cenário, o executivo açoriano recomendou à população com maiores vulnerabilidades da principal zona afectada na ilha de São Jorge que abandone as suas casas. Também na quarta-feira, a Protecção Civil dos Açores activou o Plano Regional de Emergência devido à elevada actividade sísmica que se regista em São Jorge desde sábado. Os planos de emergência municipais dos dois concelhos da ilha, Calheta e Velas, também já foram ativados. A ilha está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respectivamente, 4936 e 3437 pessoas, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.