José Luís Carneiro na Administração Interna: o ministério non grato que Costa teve dificuldades em entregar
Uma das pastas mais desafiantes é a Administração Interna, responsável por gerir a segurança interna e protecção, e que todos os anos responde pelos incêndios florestais. Ficará nas mãos de José Luís Carneiro.
José Luís Carneiro, o até agora secretário-geral adjunto do PS, assumirá a pasta do Ministério da Administração Interna (MAI). Esta não é a primeira vez que integrará um Governo de António Costa – nem a estreia neste ministério.
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José Luís Carneiro, o até agora secretário-geral adjunto do PS, assumirá a pasta do Ministério da Administração Interna (MAI). Esta não é a primeira vez que integrará um Governo de António Costa – nem a estreia neste ministério.
Entre 1999 e 2000, José Luís Carneiro foi assessor do gabinete do secretário de Estado adjunto do MAI. Em 2000 torna-se chefe de gabinete do grupo parlamentar do PS, cargo que desempenha durante dois anos.
Em 2005 é eleito pela primeira vez à Assembleia da República. Dez anos depois, José Luís Carneiro chegou ao Governo para assumir o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas. Natural de Baião, onde foi presidente da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal, o socialista foi também presidente da Federação Distrital do Porto.
O Ministério da Administração Interna tem sido uma das maiores dores dos executivos liderados por António Costa, que também já passou por esta pasta entre 2005 e 2007. O gabinete que José Luís Carneiro agora assumirá é responsável pela execução das políticas de segurança pública, pela protecção e socorro, de imigração e asilo, de prevenção e segurança rodoviária e também administração dos actos eleitorais. E nos últimos anos, a tutela foi acumulando polémicas e demissões.
Os exemplos mais recentes são de Constança Urbano de Sousa, que se demitiu após os incêndios florestais de Outubro de 2017, que sucederam já à tragédia de Pedrógão Grande. Mais recentemente, Eduardo Cabrita também se demitiu, depois de o seu motorista ter sido acusado de homicídio por negligência de um trabalhador que fazia serviços de manutenção da A6. Antes disso, já tinha sido questionado pela forma como geriu o caso da morte do cidadão ucraniano Ihor Homenyuk nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), pela celebração do título do Sporting durante a pandemia e pela requisição civil do complexo turístico Zmar, em Odemira, para albergar trabalhadores agrícolas e imigrantes que estivessem com covid-19.