Lisboa dá primeiro passo para usar água reciclada nos espaços verdes da cidade

O projecto Água+ prevê acabar com a utilização de água potável na rega dos espaços verdes de Lisboa, substituindo-a por águas residuais tratadas. Primeiramente na zona do Parque das Nações Norte, por via da ETAR de Beirolas, o projecto deverá depois estender-se ao resto da cidade através das ETARs de Alcântara e de Chelas e do Aqueduto das Águas Livres.

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O lançamento do projecto decorreu na Fábrica de Água de Beirolas LUSA/ANDRÉ KOSTERS

Na data em que se assinala o Dia Mundial da Água, Lisboa oficializou o lançamento do primeiro projecto de reutilização de água para a rega de espaços verdes da cidade. Levado a cabo pela empresa Águas do Tejo Atlântico, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), o projecto Água+, que arrancou esta terça-feira na Fábrica de Água de Beirolas, vai utilizar água não potável para regar os parques e jardins do Parque das Nações Norte.

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Na data em que se assinala o Dia Mundial da Água, Lisboa oficializou o lançamento do primeiro projecto de reutilização de água para a rega de espaços verdes da cidade. Levado a cabo pela empresa Águas do Tejo Atlântico, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa (CML), o projecto Água+, que arrancou esta terça-feira na Fábrica de Água de Beirolas, vai utilizar água não potável para regar os parques e jardins do Parque das Nações Norte.

Na prática, de forma a aumentar a “eficiência hídrica” da cidade, foi criado um sistema de tratamento complementar de águas residuais na ETAR de Beirolas, que serve 213.540 habitantes para servir os espaços verdes da zona, explicou o coordenador do centro operacional de Beirolas e São João da talha, Victor Neves.

Apelidando o Água+ de “pioneiro”, já que se trata do primeiro projecto licenciado no país de utilização de água reciclada para rega, a presidente da Águas do Tejo Atlântico, Alexandra Serra, afirmou que este “é um pequeno grande passo em prol da sustentabilidade das cidades do futuro”.

Da parte da câmara, Catarina Freitas, directora municipal do Ambiente, salientou a capacidade desta parceria em “reduzir o consumo de água potável” em Lisboa, já que 75% da mesma é usada na lavagem de arruamentos ou na rega de espaços verdes, um desperdício face ao cenário de “emergência climática".

Carlos Moedas, presidente da autarquia, defendeu que a CML “tinha a responsabilidade de dar este empurrão” para “estar à frente do seu tempo no que toca à circularidade” da água da cidade. O autarca argumentou ainda que esta não é uma política de “direita nem esquerda”, mas sim uma forma de “mudar a sociedade” para as gerações mais jovens.

De futuro, a câmara pretende dar seguimento a este projecto, de forma faseada, através das estações de tratamento de águas residuais (ETAR) de Alcântara e de Marvila na zona mais baixa da cidade e do Aqueduto das Águas Livres na cota mais alta de Lisboa.

No caso da Águas do Tejo Atlântico, o plano da empresa é estender a utilização de águas recicladas nos jardins municipais dos restantes municípios da Grande Lisboa e Oeste, como Loures ou Mafra.

A responsável pela área do ambiente na câmara avançou também que o projecto passará por “um processo de monitorização” constante, cujos dados serão disponibilizados na plataforma Lisboa Aberta e que a rega do Parque Tejo decorrerá da parte da noite.

O evento, em que a Águas do Tejo recebeu uma licença de produção e a CML uma licença de distribuição para aquela zona, previa também o acompanhamento da produção e monitorização do sistema de reutilização de água deste projecto, mas devido à chuva intensa que caiu esta tarde, foi adiado.

Na sessão em que se formalizou o acordo entre as entidades envolvidas, estiveram também presentes os responsáveis do Ministério do Ambiente, Grupo Águas de Portugal e Agência Portuguesa do Ambiente (APA), sendo que ministro Matos Fernandes participou por via digital uma vez que se encontrava no Fórum Mundial da Água.