Estudantes em protesto pedem mais Educação Sexual e criticam organização por semestres

Dia Nacional do Estudante será assinalado por concentrações e greves em várias escolas do ensino básico e secundário.

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A realização de obras nas escolas faz parte do caderno reivindicativo dos estudantes daniel rocha

As associações de estudantes das escolas do ensino básico e secundário de Oeiras vão exigir a “revogação imediata” da organização do ano lectivo em semestres numa carta aberta que será apresentada nesta quinta-feira. A apresentação desta carta aberta é um dos protestos marcados para o Dia Nacional do Estudante, que se assinala a 24 de Março e que será marcado por concentrações e greves em várias escolas do país, segundo informaram representantes estudantis de cerca de 12 escolas, numa conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira.

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As associações de estudantes das escolas do ensino básico e secundário de Oeiras vão exigir a “revogação imediata” da organização do ano lectivo em semestres numa carta aberta que será apresentada nesta quinta-feira. A apresentação desta carta aberta é um dos protestos marcados para o Dia Nacional do Estudante, que se assinala a 24 de Março e que será marcado por concentrações e greves em várias escolas do país, segundo informaram representantes estudantis de cerca de 12 escolas, numa conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira.

“Queremos uma escola democrática onde a voz e os interesses dos estudantes sejam ouvidos”, resumiu Guilherme Almeida, presidente da Associação de Estudantes da Escola Básica e Secundária Amélia Rey Colaço, em Oeiras. Foi o que não sucedeu com a decisão das escolas e da Câmara Municipal de Oeiras (CMO) de adoptar um calendário semestral de aulas. “Somos os mais prejudicados e não fomos auscultados”, indica Guilherme Almeida.

A possibilidade de as escolas organizarem o ano lectivo em semestres foi uma das novidades introduzidas pela actual tutela. Segundo a informação constante no portal da CMO, a passagem para o calendário semestral neste ano lectivo foi feita por “iniciativa unânime dos agrupamentos de escolas” do concelho, manifestada após a apresentação do plano de recuperação de aprendizagens, lançado pelo Ministério da Educação no Verão passado. A CMO especifica que, entre outras vantagens, as escolas consideraram que a organização por semestres permite “um maior número de oportunidades avaliativas para os alunos”.

Ora, segundo Guilherme de Almeida, está a acontecer o contrário: “Temos tido muitas mais dificuldades para recuperar notas do que quando estávamos em trimestres e existiam três oportunidades para subir.” Por outro lado, acrescenta, tudo foi “mal-organizado”. “Começámos o segundo semestre de aulas sem terem sido ainda lançadas as notas do 1.º”, aponta.

As associações que estão a organizar o Dia Nacional do Estudantes criaram um movimento chamado “Voz aos Estudantes”, que tem como reivindicações transversais o desenvolvimento de uma Educação Sexual mais eficaz, a contratação de mais psicólogos e professores e a realização de obras que travem a crescente degradação de muitas escolas.

“Chove nas salas de aulas”, conta Catarina Menor, aluna da Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro. “Não temos aquecimento nas salas, que ficam geladas no Inverno”, refere Manuel Calejo da associação da Secundária Garcia da Orta, no Porto, que exige também o fim dos exames nacionais

Ainda no Porto, os alunos da Escola Artística Soares dos Reis vão concentrar-se à porta do estabelecimento em protesto contra a “sobrecarga horária”. “Muitos alunos vêm de fora do distrito. Saem e chegam a casa a horas absurdas” devido à carga horária existente, relata Lia Cunha.

O Dia Nacional do Estudante foi instituído em homenagem dos protestos durante a crise académica de 1962, que se iniciou precisamente a 24 de Março daquele ano.