Turquia fala em possível entendimento entre Rússia e Ucrânia

Segundo o ministro dos Negócios estrangeiros turco, entre os dois países existe concordância em vários pontos que têm sido discutidos, mas Zelenskynão parece disposto a negociar o estatuto da Crimeia e a independência das regiões de Donetsk e Lugansk.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Cavusoglu Reuters/MURAD SEZER

A Rússia e a Ucrânia estão próximas de convergir sobre “pontos fundamentais” para chegarem a um possível acordo de paz ou, no mínimo, a um cessar-fogo em território ucraniano, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu.

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A Rússia e a Ucrânia estão próximas de convergir sobre “pontos fundamentais” para chegarem a um possível acordo de paz ou, no mínimo, a um cessar-fogo em território ucraniano, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Cavusoglu.

Segundo o chefe da diplomacia turca, os dois países aproximaram posições em relação aos primeiros quatro artigos dos seis que estão a ser discutidos pelas delegações dos dois países. Referem-se estes à renúncia da adesão à NATO, ao desarmamento do país e garantias mútuas de segurança, à chamada desnazificação da Ucrânia (a exigência de Moscovo de eliminação de elementos ultranacionalistas no governo ucraniano) e ao levantamento das restrições do uso da língua russa.

Os pontos cinco e seis são os que representam maiores entraves nas negociações. O primeiro refere-se ao estatuto da Crimeia – anexada pela Rússia depois de uma invasão em 2014 – e o segundo à região de Donbass, no leste do país, em que os russos querem que a Ucrãnia reconheça a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

Cavusoglu lembrou, contudo, que a decisão final sobre o acordo estará sempre dependente dos Presidentes da Ucrânia, Volidimir Zelinskii, e da Rússia, Vladimir Putin.

Zelensky garantiu, em entrevista à CNN, que não cederá “nem um pingo da soberania ou integridade territorial da Ucrânia”, o que põe em causa os dois últimos pontos do acordo. “Nunca seremos capazes de concordar com tal cenário, mas precisamos de um modelo que evite novos conflitos em territórios temporariamente ocupados”, acrescentou.

Ainda assim, declarou estar “pronto para negociar” com Putin, desde que ambas as partes se entendam nos pontos principais em discussão. Caso contrário, afirma que se as negociações falharem, o mundo será “arrastado para uma terceira guerra mundial”.

“Estou a preparar-me para negociar com ele [Putin] há dois anos e creio que, sem essa negociação, não podemos parar a guerra”, concluiu o Presidente ucraniano.