Marcelo condecora escultora Reinata Sadimba e escritor João Paulo Borges Coelho
O Presidente português condecorou dois artistas moçambicanos com a Ordem do Infante D. Henrique.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou no sábado dois artistas moçambicanos com a Ordem do Infante D. Henrique, em Maputo, a escultora Reinata Sadimba e o escritor João Paulo Borges Coelho.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou no sábado dois artistas moçambicanos com a Ordem do Infante D. Henrique, em Maputo, a escultora Reinata Sadimba e o escritor João Paulo Borges Coelho.
“São a afirmação, ambos, da riqueza de Moçambique. Moçambique é, de facto, uma grande nação, uma unidade feita de diversidades que se integraram e são indissociáveis”, declarou o chefe de Estado, perante os dois artistas, no Camões - Centro Cultural Português da Embaixada de Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que João Paulo Borges Coelho, historiador, que nasceu Porto, em 1955, e Reinata Sadimba, ceramista nascida em 1945 numa aldeia da província moçambicana de Cabo Delgado, “têm muito em comum, por estranho que pareça”, apesar de serem “duas personalidades muito diferentes”.
Segundo o Presidente da República, “têm em comum, primeiro, o génio criativo e, em segundo lugar, a expressão da liberdade, da afirmação da independência e da pujança e do progresso de Moçambique”, ambos com “uma relação permanente entre o real e o criado”.
João Paulo Borges Coelho “estuda a realidade como historiador” e, ao mesmo tempo, “em diálogo com a realidade, é um ficcionista, um criador literário”, vivendo numa “tensão constante entre a realidade e a sua recriação”, descreveu Marcelo Rebelo de Sousa.
Sobre Reinata Sadimba, disse que na sua vida “há permanentemente o criar”, mas também “a realidade da luta pelo papel da mulher, o papel político e cívico da mulher, o papel da mulher como criadora cultural”.
“Estou a pensar naquela escultura em que a cabeça como que implode ou se abre à entrada das ideias, ao fervilhar das ideias. Mas nessas esculturas nós encontramos a realidade maconde, a realidade moçambicana em geral, a realidade do papel da mulher”, apontou.
Em nome de Portugal, o chefe de Estado agradeceu aos dois “pelas esculturas, pelos livros, pela história estudada e ensinada, pela libertação da mulher defendida” e condecorou-os com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
A Ordem do Infante D. Henrique destina-se a distinguir quem tenha “prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores”, de acordo com o portal das ordens honoríficas portuguesas.
Marcelo Rebelo de Sousa chegou na quinta-feira a Moçambique para uma visita oficial de quatro dias, a terceira que realiza a este país desde que é Presidente da República.