Há pais muito difíceis de aturar
Embaraços, proibições e lições são queixas (divertidas) dos filhos neste Dia do Pai, 19 de Março.
Beijos à porta da escola, proibição de desfrutar de certos brinquedos, pais que se armam em professores e outros que cheiram mal dos pés são algumas das reclamações que se podem ler de filhos desesperados em Os Piores Pais do Mundo.
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Beijos à porta da escola, proibição de desfrutar de certos brinquedos, pais que se armam em professores e outros que cheiram mal dos pés são algumas das reclamações que se podem ler de filhos desesperados em Os Piores Pais do Mundo.
Este é o mais recente livro traduzido para português do humorista britânico David Walliams, que, com os seus disparates, tem conquistado muitas crianças para a leitura. Em conjunto com o ilustrador Tony Ross, de traço característico e bem-humorado, foram já publicados nesta colecção As Piores Crianças do Mundo e Os Piores Professores do Mundo.
Naquela fase em que os miúdos se riem por tudo e nada, agrada-lhes este tipo de leitura. Se houver escatologia (e afins) pelo meio, ainda mais. Daí se divertirem tanto com o primeiro progenitor descrito no livro, Chico Cheirete, “o pai com os pés mais malcheirosos do mundo” e que ajuda a filha a ganhar um prémio de “melhor chef” da pior maneira que se possa imaginar.
Há ainda Lorde Grandioso, “um pateta aristocrático” que não sabia rir e, por ser rico e chique, “achava que podia fazer tudo o que quisesse”. Tinha outras características insuportáveis e até casou com “uma jovem senhora que era igualmente detestável”, Dama Priscila Pomposa.
Assim que nasceu o filho de ambos, Guilherme, foi imediatamente entregue à ama. Só o voltariam a ver quando o rapaz fez 12 anos e mesmo assim teve de ir disfarçado de… rainha, para que o recebessem.
No entanto, estes pais terríveis tiveram a vingança merecida do filho e dos empregados. Há muito que gritam “Mordomo”, pois nada sabem fazer. “Mas ninguém apareceu. Por isso, esperaram, esperaram, e continuaram a esperar. Para sempre.”
Um dos pais mais absurdos é o Maurício Monopoliza, que “dava brinquedos aos filhos, mas depois nunca os deixava brincar com eles”. Iam directamente para dentro da garagem, como aconteceu com uma pista de carros e um conjunto de comboios.
“Podiam levar o avião de controlo remoto para o parque, mas só Maurício o podia pilotar.” Houve uma excepção: “Naquele dia em que, sem querer, ele espetou o avião contra o guarda do parque. Nesse dia, passou rapidamente o controlo remoto aos filhos para que arcassem eles com as culpas.” Bonito, não?
David Walliams é autor de perto de duas dezenas de títulos para jovens e crianças, vendeu mais de 45 milhões de exemplares e está traduzido em mais de 55 línguas. Em Portugal, estão incluídos no Plano Nacional de Leitura Avozinha Gângster, Doutora Tiradentes, A Terrível Tia Alberta, A Incrível Fuga do Meu Avô, Sr. Pivete, Koiza, As Piores Crianças do Mundo (1 e 2) e Está Uma Cobra na Minha Escola.
O autor venceu, por três vezes, The Red House Children’s Book Award, prémio inglês decidido por crianças.
Tony Ross, que assina as Histórias da Princesinha (com muitos volumes editados em Portugal), tornou-se um reconhecido criador de álbuns ilustrados originais e tradicionais. “Os seus livros”, diz a editora, “têm uma espécie de apelo universal que faz com que sejam publicados em países tão díspares como os Estados Unidos, o Japão e a Gronelândia”.
Recebeu, por três vezes, o Silver Paintbrush Award para a melhor ilustração estrangeira; o Dutch Silver Pencil Award para o melhor texto estrangeiro e o Children’s Book Prize. Já foi considerado o “maior best-seller britânico da ilustração infantil”.
Segundo David Walliams, o pai do ilustrador fazia “algo embaraçoso para um miúdo de sete anos”, já que “era um feiticeiro e punha o filho em palco a fazer truques, sem lhe contar como se faziam”. Mas nunca se sabe se este comediante da série Little Britain está a falar verdade.
Feliz Dia do Pai, mesmo para os mais trapalhões.