Um casal no chão de Pasolini, onde a vida é mais suja e mais real

No centenário do nascimento do seminal autor italiano, Nuno M Cardoso estreia Orgia no Teatro Viriato, em Viseu – seguindo-se datas em Guimarães, Lisboa, Matosinhos e Almada. Albano Jerónimo e Beatriz Batarda são um casal à procura de fugir ao dia e à domesticação.

Foto
SUSANA CHICÓ

É sabido que, em caso de incêndio, se aconselha a que se tente respirar junto ao chão, onde o ar é mais limpo. Mas na encenação que Nuno M. Cardoso concebeu para Orgia, texto de Pier Paolo Pasolini, os corpos cedem à gravidade e procuram fugir à trituradora ideológica junto ao chão, onde a vida é mais suja – logo, mais real. Albano Jerónimo e sobretudo Beatriz Batarda, o casal no centro da peça, arrastam-se por entre toneladas de argila, num espaço circular, que sugere um lugar ritual.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

É sabido que, em caso de incêndio, se aconselha a que se tente respirar junto ao chão, onde o ar é mais limpo. Mas na encenação que Nuno M. Cardoso concebeu para Orgia, texto de Pier Paolo Pasolini, os corpos cedem à gravidade e procuram fugir à trituradora ideológica junto ao chão, onde a vida é mais suja – logo, mais real. Albano Jerónimo e sobretudo Beatriz Batarda, o casal no centro da peça, arrastam-se por entre toneladas de argila, num espaço circular, que sugere um lugar ritual.