PJ coloca 60% dos novos inspectores no combate à corrupção e cibercrime

Dos cerca de 2500 candidatos ao curso de formação, apenas 101 concluíram o curso: 52 mulheres e 49 homens que vão ajudar a baixar a média de idades do corpo de inspectores para os 44 anos de idade.

Foto
Daniel Rocha

Dos 101 novos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) que tomaram posse esta quarta-feira, 60% foram colocados no combate à corrupção, criminalidade económico-financeira e cibercrime, adiantou o director desta polícia, destacando ainda o reforço “histórico” das áreas periciais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Dos 101 novos inspectores da Polícia Judiciária (PJ) que tomaram posse esta quarta-feira, 60% foram colocados no combate à corrupção, criminalidade económico-financeira e cibercrime, adiantou o director desta polícia, destacando ainda o reforço “histórico” das áreas periciais.

Na cerimónia de tomada de posse dos 101 novos inspectores, que hoje decorreu na sede da PJ em Lisboa, Luís Neves adiantou ainda que 27% dos novos efectivos foram alocados ao “reforço de capacitação de meios humanos” das diferentes secções e 13% para assegurar piquetes e prevenções.

Destacou ainda que dos cerca de 2500 candidatos ao curso de formação, apenas 4% (101) concluíram o curso - 52 mulheres e 49 homens - que ajudam a baixar a média de idades do corpo inspectivo para os 44 anos de idade, “facto que já não se verificava há muitos anos e que se prevê seja o início de uma tendência dos próximos anos”.

Dirigindo-se à Procuradora-Geral da República (PGR), Lucília Gago, presente na cerimónia, Luís Neves sublinhou, “a par do reforço de inspectores na investigação criminal”, o “efectivo e histórico reforço de todas as áreas periciais”.

“Pela primeira vez estamos a contratar peritos para as áreas informacionais. As áreas periciais têm que definitivamente deixar de ser o calcanhar de Aquiles da investigação criminal”, disse o director da PJ, frisando a aposta na implementação de uma estratégia de modernização tecnológica, na colaboração com a Europol, na capacidade de antecipação com recurso à inteligência artificial e na maior capacidade de processamento de grandes volumes de dados.

Dirigindo-se ainda a Lucília Gago, Luís Neves disse que a PJ está preparada para “assumir definitivamente” as suas responsabilidades e responder aos “anseios e exigências do Ministério Público”, afirmando que os meios da PJ “são os meios do Ministério Público”.

Aos jornalistas, no final da cerimónia a que presidiu, a ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, sublinhou as suas expectativas de que o reforço de meios já concretizado, a que deve acrescer mais 170 inspectores, 100 dos quais já em Setembro, num total de 300 novos inspectores nos últimos anos, permita que a estratégia de combate à corrupção do Governo “possa efectivamente ter concretização e que tenha resultados”.

À importância do reforço inspectivo, a ministra acrescentou a do reforço dos meios periciais, também sublinhado pelo director da PJ.

“Hoje já não se trata de fazer investigações por intuição, há uma dimensão técnica que é preciso respeitar. O reforço que também está a ser feito do ponto de vista pericial vai ser fundamental para o grande salto que a PJ vai dar e que do nosso ponto de vista deve ser muito orientado para o combate à corrupção e à criminalidade económica e financeira”, disse.