Calha colocada nos azulejos de São Bento vai ser retirada? Decisão está nas mãos da DGPC
Calha colocada por cima dos azulejos da estação do Porto para medir impacto das obras do metro foi colocada sem conhecimento da DRCN. Polémica instalou-se e o assunto já chegou a Lisboa.
Por causa do possível impacto das obras da nova linha de metro, a Infra-estruturas (IP) de Portugal instalou um tensiómetro no painel de azulejos da Estação de São Bento, medindo dessa forma a tensão à qual os azulejos estão sujeitos e precavendo a sua destruição. A medida de protecção, no entanto, não foi bem recebida e tem gerado protestos nas redes sociais. A polémica já chegou à Direcção Geral do Património Cultural (DGPC).
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Por causa do possível impacto das obras da nova linha de metro, a Infra-estruturas (IP) de Portugal instalou um tensiómetro no painel de azulejos da Estação de São Bento, medindo dessa forma a tensão à qual os azulejos estão sujeitos e precavendo a sua destruição. A medida de protecção, no entanto, não foi bem recebida e tem gerado protestos nas redes sociais. A polémica já chegou à Direcção Geral do Património Cultural (DGPC).
A Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que acompanhou a empreitada de reparação do tecto e cobertura do átrio principal concluída há dias, “não foi informada da colocação da calha, nem teve qualquer influência ou decisão neste assunto”, esclareceu o gabinete de comunicação, questionado pelo PÚBLICO. Assim que soube do sucedido, a DRCN questionou a IP, a quem enviou “um ofício a solicitar formalmente esclarecimentos detalhados, incluindo o envio das peças desenhadas, memória descritiva e justificativa, etc.”
Agora, diz a DRCN, a decisão final, que inclui “autorizar ou não a manutenção da calha, a sua localização e outras condicionantes”, estará nas mãos da DGPC, para onde foi enviada a informação recolhida. O PÚBLICO contactou esta entidade, mas não obteve resposta em tempo útil.
E o que diz a IP?
Entretanto, a IP admite estudar outra possibilidade. “Está a ser avaliada a possibilidade de deslocalização deste sistema de forma a minimizar o impacto estético nos painéis, salvaguardado a qualidade dos dados recolhidos”, disse o gabinete de comunicação, acrescentando que, também para medir o impacto das obras, a Igreja dos Congregados e a Torre dos Clérigos, instalaram um sistema semelhante.
Na estação de São Bento, as calhas metalizadas foram colocadas por cima das portas, nas paredes laterais do átrio de entrada da estação, e têm um “carácter provisório”, até as obras de extensão da linha metropolitana estarem concluídas, provavelmente até 2024.
A reparação do tecto e cobertura do átrio principal da estação de São Bento foi concluída na passada semana. Por se tratar de um imóvel classificado como de interesse público, os trabalhos desta empreitada, que teve um investimento de 402 mil euros, foram acompanhados pela Direcção Regional de Cultura do Norte.