Bailarina russa Olga Smirnova deixa o país após ter criticado a invasão da Ucrânia
A estrela do Bolshoi, que se juntou ao Ballet Nacional dos Países Baixos, diz que saiu porque a sua situação na Rússia se tornara “insuportável”
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Depois de ter censurado publicamente a invasão da Ucrânia, Olga Smirnova, uma das estrelas do Bolshoi, deixou não apenas este importante teatro moscovita mas também a própria Federação Russa, anunciou esta segunda-feira o Ballet Nacional dos Países Baixos, em Amesterdão, cujo elenco passa agora a contar com a bailarina russa.
Nascida há 30 anos em São Petersburgo, a bailarina diz sentir hoje “vergonha” do seu país natal, onde deixou também de ter condições para trabalhar, relata um comunicado da companhia de bailado dos Países Baixos, citado pelo jornal francês Le Figaro.
“Devo ser honesta e dizer que sou contra a guerra com toda a minha alma (…). Nunca acreditei que pudesse vir a ter vergonha da Rússia, mas hoje sinto que há um antes e um depois”, escrevera Smirnova no início deste mês, na rede social Telegram. E acrescentava: “Não estamos, talvez, no epicentro do conflito militar, mas não podemos ficar indiferentes a esta catástrofe mundial.”
Vários bailarinos estrangeiros que trabalhavam em companhias russas têm deixado o país em solidariedade com a Ucrânia, mas Smirnova, que tem um avô ucraniano, é a primeira bailarina da Federação Russa a dar este passo desde o início da guerra na Ucrânia.
Recrutada em 2011 pelo Bolshoi, que lhe ofereceu de imediato uma posição de solista, Smirnova ascendeu em 2016 ao estatuto de primeira bailarina, tendo tido como tutora, até 2018, a célebre Marina Kondratieva, hoje quase nonagenária.
Em Amesterdão vai agora encontrar o bailarino brasileiro Victor Caixeta, que abandonou a posição de segundo solista que detinha no Mariinsky Ballet de São Petersburgo para se juntar, também ele, ao Ballet Nacional dos Países Baixos.