“A Ucrânia tem de ter armas para se defender”, destaca Santos Silva
O chefe da diplomacia portuguesa refutou os argumentos de que a UE e a Aliança Atlântica têm responsabilidades na crise entre Moscovo e Kiev.
“A Ucrânia tem de ter armas para se defender”, disse na tarde desta terça-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, perante os deputados da comissão permanente da Assembleia da República. Num debate centrado sobre a situação da Ucrânia, após a invasão das tropas de Vladimir Putin, o chefe da diplomacia portuguesa refutou os argumentos de que a União Europeia (UE) e a Aliança Atlântica têm responsabilidades na crise entre Moscovo e Kiev.
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“A Ucrânia tem de ter armas para se defender”, disse na tarde desta terça-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, perante os deputados da comissão permanente da Assembleia da República. Num debate centrado sobre a situação da Ucrânia, após a invasão das tropas de Vladimir Putin, o chefe da diplomacia portuguesa refutou os argumentos de que a União Europeia (UE) e a Aliança Atlântica têm responsabilidades na crise entre Moscovo e Kiev.
“Não reconheço nenhuma militarização da UE”, insistiu Santos Silva, depois de ter traçado a estratégia a seguir. “Prudência e firmeza para conseguir uma solução duradoura, sem ambiguidades”, disse, referindo-se às posições assumidas neste fim-de-semana na cimeira informal de Versalhes. Neste âmbito referiu uma resposta coordenada a nível europeu, a curto e médio prazo seguindo o modelo da resposta dada à pandemia de covid-19.
Ainda assim, admitiu que para a existência de uma política de defesa comum entre os 27, será necessário haver um aumento dos orçamentos de defesa. Contudo ressalvou: com uma visão estratégica sem lógica austeritária.
Santos Silva foi particularmente crítico no aumento da dependência energética de alguns Estados europeus verificada entre 2014 e 2022, numa referência indirecta à Alemanha. Ao contrário de Portugal, assinalou que tem uma diversificação de fontes de energia e cujo consumo de electricidade é, em 60%, de energias renováveis, dispensando os combustíveis fósseis.
“As medidas contra o agressor têm de ser fortalecidas”, reconheceu o chefe da diplomacia portuguesa, admitindo que no próximo conselho Europeu de 24 e 25 de Março surjam novas medidas e novos pacotes.
Sobre as consequências da guerra para a economia portuguesa, quer no campo dos combustíveis como no sector alimentar, Santos Silva remeteu para as medidas anunciadas esta segunda-feira pelos ministros da Economia e da Agricultura.