Turismo da Polónia: “Temos que apostar no futuro”
Parques naturais, património UNESCO, cidades históricas, lagos, minas de sal, rotas de gnomos: a Polónia promove-se em Lisboa, acreditando no turismo, apesar da guerra na vizinha Ucrânia e das suas consequências também para os vizinhos. “É seguro viajar para a Polónia”, realça a directora do Turismo do país.
A apresentação do Turismo da Polónia já estava marcada há bastante tempo, tinha sido pensada para coincidir com a Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre até domingo, mas ninguém imaginara que coincidiria também com a guerra que está a devastar a Ucrânia e que já levou 1,8 milhões de pessoas a procurar refúgio em território polaco.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A apresentação do Turismo da Polónia já estava marcada há bastante tempo, tinha sido pensada para coincidir com a Bolsa de Turismo de Lisboa, que decorre até domingo, mas ninguém imaginara que coincidiria também com a guerra que está a devastar a Ucrânia e que já levou 1,8 milhões de pessoas a procurar refúgio em território polaco.
“Não é fácil dizer aos portugueses ‘venham agora’”, reconheceu a directora do Turismo da Polónia, Agata Witoslawska, esta terça-feira em Lisboa, durante um pequeno-almoço no Palácio Verride, onde aconteceu a apresentação. “Mas”, garantiu, “é seguro viajar para a Polónia”, onde a vida continua a decorrer com normalidade, os restaurantes estão abertos e os hotéis prontos a receber turistas. A expectativa é a de que também os “estudantes Erasmus voltem rapidamente”.
“Temos que apostar no futuro”, disse ainda Agata Witoslawska. “O mercado português estava a crescer antes da pandemia. Queremos recuperar esses números.” Uma viagem à Polónia pode ser planeada agora e reservada para quando a situação estiver mais estabilizada. E, se assim for, o país tem muito para mostrar: cultura, natureza, cidades históricas, parques naturais, património UNESCO, turismo sustentável.
Se olharmos para a lista da UNESCO, são 17 os monumentos classificados, sendo a Cidade Velha de Cracóvia e a Mina de Sal de Wieliczka os primeiros a integrar a lista, em 1978. A eles juntou-se mais tarde a Rota de Arquitectura em Madeira, na região de Matopolska, no Sul do país, 1500 quilómetros de descoberta de igrejas construídas em madeira, entre templos católicos e ortodoxos.
Para os apaixonados por arquitectura e por história, o Castelo da Ordem Teutónica, em Malbork, e o Conjunto Urbano Medieval de Torún, situado na margem direita do rio Vístula e que é a cidade natal de Nicolau Copérnico, são excelentes exemplos de arquitectura gótica.
Já para quem tiver o turismo sustentável como foco, o ideal será explorar os 23 Parques Nacionais espalhados pelo país, como o Muzakowski, monumento da UNESCO situado junto da fronteira com a Alemanha, ou o Parque da Ilha de Wolin. Ou, na fronteira com a República Checa, os parques Karkonosze e das Montanhas Stołowe .
Outra possibilidade são os Grandes Lagos da Masúria, uma rota navegável com 126 km de extensão (o lago dos cisnes é um dos maiores paradeiros de aves aquáticas da Europa), numa região onde, em paralelo, se pode partir à descoberta das fortalezas erguidas pelos Cavaleiros Teutónicos. E, saltando no tempo, quem quiser aprofundar a história, poderá entrar na Toca do Lobo, em Gierloz da Masúria, o maior quartel-general de Hitler em território polaco.
E uma cidade sustentável? No topo da lista está Lodz, escolhida em 2022 pela National Geographic como um dos melhores destinos sustentáveis. Sustentável e cinematográfica: Lodz é um importante centro de produção de cinema, onde se pode visitar, por exemplo, a Escola Superior de Cinema, cuja história está ligada a realizadores como Roman Polanski, Andrzej Wajda e outros. É uma cidade a reinventar-se, com antigos espaços industriais a reconverterem-se e a albergar agora projectos culturais.
As sugestões passam ainda por uma rota dos gnomos na capital gótica da região de Wroclaw, ou pela exploração de “tesouros subterrâneos” como a Mina em Zloty Stk ou a Cidade Subterrânea de Osówka, o ambicioso complexo de túneis no qual Hitler pensava poder abrigar mais de 20 mil pessoas.
Esperando que 2023 seja um ano bem diferente do que está a ser 2022, a Polónia aposta em alguns trunfos: a cidade de Lublin, na parte oriental do país, será a Capital Europeia da Juventude. Situada a 150 km de Varsóvia e a 330 de Cracóvia, pode funcionar muito bem como ponto de paragem entre uma e outra. Também para 2023 estão previstos os Jogos Europeus, que irão decorrer em Cracóvia e na região de Malopolska, de 21 de Junho a 2 de Julho, com 24 modalidades de competição.
Em 2023, ou ainda em 2022, a Polónia está aberta aos turistas e mantém-se confiante: “O turismo recupera sempre, porque as pessoas querem viajar em liberdade, conhecer outras pessoas, outros países”, acredita Agata Witoslawska.