Há um novo caminho de Santiago, mas este tem de ser feito a navegar
Caminho Marítimo de Santiago pretende recriar, na costa portuguesa, a viagem da Barca de Pedra. A apresentação oficial vai ser feita na BTL. O cruzeiro inaugural acontece em finais de Maio, enquanto as viagens regulares deverão começar no final do Verão.
São quase 500 milhas náuticas, com início em Vila Real de Santo António e fazendo paragens em pontos como Lagos, Cascais, Aveiro ou Leixões. Portugal tem um novo caminho de Santiago e é para ser feito por mar, a navegar. O cruzeiro inaugural deste percurso marítimo vai acontecer em finais de Maio e início de Junho, estimando-se que a partir de Setembro já possa estar disponível para todos os peregrinos ou turistas. Este novo produto turístico, desenvolvido pela UpStream Portugal – Valorização do Território e o Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar, irá ser apresentado publicamente esta quinta-feira, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e já tem planos para crescer.
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São quase 500 milhas náuticas, com início em Vila Real de Santo António e fazendo paragens em pontos como Lagos, Cascais, Aveiro ou Leixões. Portugal tem um novo caminho de Santiago e é para ser feito por mar, a navegar. O cruzeiro inaugural deste percurso marítimo vai acontecer em finais de Maio e início de Junho, estimando-se que a partir de Setembro já possa estar disponível para todos os peregrinos ou turistas. Este novo produto turístico, desenvolvido pela UpStream Portugal – Valorização do Território e o Fórum Oceano – Associação da Economia do Mar, irá ser apresentado publicamente esta quinta-feira, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), e já tem planos para crescer.
É mais uma proposta criada a pensar “nos milhões de pessoas que todos os anos se deslocam a Santiago de Compostela”, nota Catherine de Freitas, da UpStream, a propósito deste percurso que pretende recriar, na costa portuguesa, a viagem da Barca de Pedra que, segundo reza a lenda, transportou o corpo do santo peregrino desde Jaffa, na Palestina, até Campus Stella (Compostela), na Galiza. “Essa viagem teve de ser feita ao longo de toda a costa portuguesa”, repara aquela responsável, a propósito dos pressupostos que levaram à criação deste novo produto turístico.
A partir de alguns indicadores históricos e geográficos, foram identificados os possíveis portos de passagem da barca ao longo da costa portuguesa, referenciação que estará na base do cruzeiro inaugural do percurso. Serão nove etapas de Vila Real de Santo António até Viana do Castelo, numa viagem estimada de 17 dias. A partida está prevista para o dia 28 de Maio, perspectivando-se a participação de cerca de 15 embarcações (veleiros convidados), juntamente com a Caravela Vera Cruz – no total, serão em redor de 150 participantes.
Além das Estações Náuticas de Portugal, este projecto envolverá ainda a Associação Nacional de Cruzeiros, a Associação Portuguesa de Treino de Vela (APORVELA), a Associação Portuguesa dos Portos de Recreio (APPR) e a Docapesca, que já se associaram ao cruzeiro inaugural.
Depois desta estreia, que irá reservar lugares para o público em geral (após o lançamento na BTL, será possível realizar pré-inscrições através do email info@upstream-portugal.pt), o Caminho Marítimo de Santiago poderá ser percorrido de forma individual ou organizada. “Estimamos começar a vender este produto turístico a partir de Setembro, com uma embarcação turística na qual as pessoas vão poder fazer esta rota”, anuncia Catherine de Freitas. O pressuposto é que a viagem seja feita à vela, não só em respeito pela história, mas também pelo ambiente. “E também porque os caminhos de Santiago convidam a isso, não são para serem feitos com pressa”, acrescenta.
Outra das mais-valias deste novo percurso prende-se com as novas possibilidades que ele traz ao nível da intermodalidade. “Vai ser possível fazer este caminho em ligação com o Caminho Central. Pode-se começar de barco e, depois fazer algumas etapas a pé ou de bicicleta, e voltar ao barco”, especifica a directora da UpStream. No futuro, o percurso pode vir a crescer para além das fronteiras portuguesas, com a construção um traçado ao longo de outros países e portos europeus “até Jaffa”.
Para já, fica uma promessa: “quem fizer este cruzeiro nunca mais se vai esquecer”, anuncia António José Correia, da Forum Oceano, associação que não hesitou abraçar a ideia do Caminho Marítimo de Santiago.