Mercadona chega à cidade de Lisboa em 2023

Grupo de retalho espanhol que detém 29 lojas em Portugal continental mantém aposta em território nacional antes de avançar para terceiro mercado. “Chegaremos em 2023 a Lisboa capital”, afirmou hoje Juan Roig, presidente do grupo valenciano.

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Juan Roig é presidente do grupo do qual é dono, directamente, de 50%. Nelson Garrido

O grupo de retalho alimentar Mercadona prevê chegar à cidade de Lisboa no próximo ano, anunciou esta terça-feira Juan Roig, fundador, accionista maioritário e presidente da companhia nascida em Valência. A rede de supermercados irá chegar já este ano ao distrito de Lisboa, disse Juan Roig, que acrescentou: “Chegaremos em 2023 a Lisboa capital”.

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O grupo de retalho alimentar Mercadona prevê chegar à cidade de Lisboa no próximo ano, anunciou esta terça-feira Juan Roig, fundador, accionista maioritário e presidente da companhia nascida em Valência. A rede de supermercados irá chegar já este ano ao distrito de Lisboa, disse Juan Roig, que acrescentou: “Chegaremos em 2023 a Lisboa capital”.

A companhia optou, quando iniciou a expansão em Portugal, por começar a Norte e não pela capital - uma estratégia que nem sempre é seguida pelos grupos estrangeiros, que apontam para Lisboa na expectativa de atingir logo no arranque um maior número de clientes -, tendo nos últimos três anos avançado para o Centro. Está já confirmada para este ano a abertura em Setúbal e o grupo estará já a contratar para Oeiras. A primeira loja da rede no território português surgiu em Canidelo, Vila Nova de Gaia, em Julho de 2019 - ano em que facturou 32 milhões de euros em Portugal.

Em 2021, o grupo quase triplicou as vendas realizadas um ano antes em Portugal. Se com 20 lojas em 2020 o grupo tinha vendido 186 milhões de euros, um ano depois, com 29 lojas, as contas fecharam com 415 milhões de euros, segundo os dados hoje revelados. E também com perdas anuais de 64 milhões, reconheceu Roig na conferência de imprensa realizada esta terça-feira em Valência, questionado por jornalistas portugueses, salientando contudo: “mas está dentro das nossas previsões”.

“Ainda não ganhamos dinheiro em Portugal, mas ganharemos”, afirmou convicto o presidente do grupo referindo-se ao resultado líquido da operação, não sem antes explicar que para vendas de 415 milhões neste mercado, as compras a abastecedores nacionais foram de 500 milhões em 2021. Em 2020, tinham sido de 369 milhões de euros as compras realizadas a fornecedores portugueses - “estamos a descobrir que há muito bons fornecedores em Portugal”, para abastecer também a rede em Espanha.

Ainda “não somos ninguém em Portugal - temos 3% de quota [do mercado]”, ironizou Roig. Em 2022, o grupo vai investir 150 milhões de euros, prevendo abrir mais 10 lojas em território português - mantendo assim a meta anual de aberturas no país - e desenvolvendo um novo centro logístico (em Almeirim). Em 2021, o investimento foi de 110 milhões de euros, com a abertura de nove lojas. Os impostos e contribuições à Segurança Social pagos pelo grupo ascenderam a 2017 milhões de euros, com uma fatia de 62 milhões ao Estado português, pagos pela através da empresa local Irmãdona Supermercados, sediada em Vila Nova de Gaia.

Em termos globais, o grupo vendeu 27.819 milhões de euros em 2021 (dos quais 510 milhões via Mercadona online), mais 3,3% do que em 2020 e obteve um resultado líquido após impostos de 680 milhões (um recuo de 6% face a 2020). No ano passado, o investimento total da companhia ascendeu a 1200 milhões de euros, dos quais 920 milhões em 79 aberturas, 58 encerramentos e 84 reestruturações da rede, totalizando o exercício com 1662 supermercados em território ibérico. Emprega 96 mil pessoas, das quais 2500 em Portugal.