ModaLisboa: A indústria da moda não tem de ser física para existir, defendem especialistas
No Beato, o evento de moda da capital começou com debates em torno da inovação e da sustentabilidade. A ModaLisboa termina no próximo domingo.
Foi com emoção que Eduarda Abbondanza, presidente da associação ModaLisboa, abriu a mais recente edição das Fast Talks, evento que deu início à semana da moda na capital: “Vamos falar de tecnologia, propósito e empatia, palavras que hoje têm um peso que não antecipávamos. Estamos solidários com a Ucrânia e com todos aqueles que estão a sentir na pele o terror deste conflito.”
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Foi com emoção que Eduarda Abbondanza, presidente da associação ModaLisboa, abriu a mais recente edição das Fast Talks, evento que deu início à semana da moda na capital: “Vamos falar de tecnologia, propósito e empatia, palavras que hoje têm um peso que não antecipávamos. Estamos solidários com a Ucrânia e com todos aqueles que estão a sentir na pele o terror deste conflito.”
O objectivo destes debates, a que a organização do evento chama Fast Talks, é criar um espaço de discussão sobre temas relevantes ligados à moda. Durante a tarde, foram três os painéis em que se debateram temas como a descentralização da moda, hiperconexão, mudança, tecnologia, comunicação e sustentabilidade. Temáticas que coincidem com o grande tema escolhido para esta edição da ModaLisboa: o mundo metafísico e a ligação da vida física à vida tecnológica.
“Se nos expressamos digitalmente e as nossas conexões existem no mundo digital, por que é que a indústria da moda tem de ser física para existir? Por que é que não pode existir uma indústria exclusivamente digital?”, pergunta Adriana Hoppenbrouwer, co-fundadora do The Fabricant, uma casa de moda exclusivamente digital, que se dedica a construir um guarda-roupa no metaverso.
Num mundo cada vez mais dependente do online — em que a pandemia vivida nos últimos dois anos é apenas um dos vários exemplos —, pessoas e empresas investem cada vez mais no mundo digital, que muitos acreditam que se tornará tão importante como o mundo físico. Alexandre Fernandes, director de negócios da start up Klarna, em Portugal, e convidado do painel sobre descentralização, diz que um estudo de mercado indica que, em 2022, 47% dos portugueses acha que vai comprar maioritariamente online. “Este dado é mais do que os registados em França, nos Países Baixos e nos EUA”, informa.
As possibilidades são infinitas e as ofertas também. Lojas online proliferam, como a Farfetch ou a Vasquiat, que também marcaram presença nesta conversa. Há espaço para todos e qualquer um consegue encontrar aquilo lhe agrada, explica-se durante o debate moderado por Joana Barrios. E Andreu León, responsável de vendas da Vasquiat dá um exemplo: “O nosso target é um público com fashion awareness que procura novas tendências e produtos únicos.”
Por seu lado, a Farfetch tem vindo a apostar na interactividade e na envolvência do consumidor na experiência de compra. A empresa explora um pouco de tudo, desde vídeos interactivos, que se assemelham a videojogos, até à animação 3D dos produtos, que permite ao consumidor ver como as peças de roupa lhe assentariam. Filipa Neto, responsável pela inovação da Farfetch diz que os consumidores “adoram envolver-se cada vez mais” com estas experiências e que a empresa vê esse facto como um incentivo para continuar o trabalho que tem vindo a desenvolver.
Texto editado por Bárbara Wong