Voos de jactos russos com matrícula portuguesa denunciados por Rui Pinto estão a ser investigados

Autoridade de aviação civil confirma estar a investigar. Rui Pinto denunciou no Twitter rotas feitas por aviões de oligarcas russos com matrícula portuguesa.

Foto
Rui Pinto revelou rotas realizadas por aviões de oligarcas russos com matrícula portuguesa Pedro Fazeres

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.


A Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC) está a investigar denúncias publicadas por Rui Pinto no Twitter sobre alegadas rotas feitas por jactos executivos de oligarcas russos com matrícula portuguesa. A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Expresso, que refere ter tido a garantia de fonte oficial da ANAC quanto à investigação.

A 28 de Fevereiro a União Europeia (UE) proibiu os aviões russos, onde estão também incluídos os jactos de oligarcas, de aterrar, descolar ou sobrevoar a UE. É por isso que a ANAC está ainda a “analisar”, diz o mesmo jornal, se o contrato de fretamento foi concluído antes ou depois dessa data.

No Twitter, Rui Pinto escreveu na segunda-feira que o russo Dmitry Mazepin, presidente da Uralchem ​​Integrated Chemicals Company, uma empresa de produtos químicos, e um dos oligarcas alvo de sanções da UE devido à invasão da Ucrânia pelas tropas de Vladimir Putin, tem dois aviões privados, sendo que um deles tem uma matrícula portuguesa. Ambos, diz Rui Pinto, encontram-se actualmente em Moscovo.

A ANAC confirmou que a aeronave, um Bombardier Challenger 650 com a matrícula CS-DOF, está, de facto, registada no Registo Aeronáutico Nacional (RAN).

“A ANAC está a analisar as situações pertinentes, incluindo as que vieram a público, veiculadas pelos órgãos de comunicação social, tendo em conta o enquadramento definido na legislação da União Europeia e demais legislação que aplica as sanções, em coordenação com as demais entidades competentes”, refere aquela entidade, citada no Expresso.

Questionada sobre quantos aviões com matrícula portuguesa têm donos russos, a autoridade da aviação civil respondeu que o Registo Aeronáutico Nacional não possui elementos documentais que permitam identificar a nacionalidade das pessoas singulares e atestar que são cidadãos russos.