Imagens de satélite mostram o antes e o depois dos bombardeamentos russos em Mariupol
Uma série de imagens de satélite divulgadas pela empresa Maxar mostram a escala de destruição causada pelos sucessivos avanços russos em Mariupol, que está sitiada há vários dias. Cerca de 300 mil civis estão ainda retidos na cidade.
Marioupol, uma cidade com cerca de 450 mil habitantes junto ao mar de Azov, tem sido um dos principais alvos dos “ataques impiedosos” dos militares russos na segunda semana da invasão da Ucrânia pela Rússia. Numa série de imagens de satélite divulgadas, na quarta-feira, pela empresa Maxar, é possível testemunhar a escala de destruição causada pelos sucessivos avanços russos.
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Marioupol, uma cidade com cerca de 450 mil habitantes junto ao mar de Azov, tem sido um dos principais alvos dos “ataques impiedosos” dos militares russos na segunda semana da invasão da Ucrânia pela Rússia. Numa série de imagens de satélite divulgadas, na quarta-feira, pela empresa Maxar, é possível testemunhar a escala de destruição causada pelos sucessivos avanços russos.
Nesta quarta-feira, uma maternidade e um hospital infantil foram bombardeados pelas forças russas, um ataque que ocorreu durante o cessar-fogo acordado por Kiev e Moscovo para que milhares de pessoas que estavam retidas na cidade pudessem sair por corredores humanitários. Num primeiro balanço, feito horas depois dos bombardeamentos, as autoridades divulgaram que 17 pessoas ficaram feridas, incluindo mulheres grávidas e funcionários do hospital. Já nesta quinta-feira, foi confirmado que três pessoas morreram no ataque, entre estas uma criança.
Numa primeira imagem divulgada pela Maxar é possível ver filas e filas de habitações destruídas e o que parece ser um prédio residencial fortemente danificado.
Noutra imagem, quarteirões residenciais inteiros aparecem destruídos ou parcialmente destruídos. A Cruz Vermelha descreveu a situação na cidade como “apocalíptica”. Não há abastecimento de água potável, quase não há comida ou medicamentos, não há aquecimento ou electricidade e as redes de telecomunicações funcionam com muitas falhas, enquanto dezenas de civis permanecem em abrigos para se protegerem de possíveis bombardeamentos. Cerca de 300 mil civis estão ainda retidos na cidade.
Um centro comercial rodeado de uma paisagem viçosa transformou-se num edifício com o telhado destruído cercado por campos completamente queimados e cinzentos. Vários prédios que ladeiam o centro comercial também foram afectados pelos bombardeamentos.
Um quarto conjunto de imagens mostra os extensos danos causados numa mercearia e em várias lojas da cidade.
O exército russo tem mantido Mariupol sitiada por se tratar de uma cidade de importância estratégica pela proximidade com a Crimeia e o Donbass, onde se concentram as tropas separatistas pró-russas que lutam contra Kiev desde 2014.
Após diversos dias de bombardeamentos, a Rússia anunciou, no sábado de manhã, um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários para retirar os civis encurralados pelos combates. Mas, dias depois, o Governo da Ucrânia acusou as tropas russas de violarem o cessar-fogo em Mariupol, ao lançarem um ataque na direcção do corredor humanitário.
O mais recente balanço divulgado pela Câmara de Mariupol aponta para 1207 civis mortos após nove dias de cerco russo naquela localidade.