FMI diz que Rússia pode entrar em bancarrota devido a sanções
A economia russa vai entrar em recessão, avisa Kristalina Georgieva. Quão forte? A duração da guerra e as sanções determinarão.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu esta quinta-feira a possibilidade de a Rússia entrar em bancarrota devido às sanções económicas impostas pela invasão da Ucrânia e alertou que a economia russa está a contrair e a entrar em recessão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) admitiu esta quinta-feira a possibilidade de a Rússia entrar em bancarrota devido às sanções económicas impostas pela invasão da Ucrânia e alertou que a economia russa está a contrair e a entrar em recessão.
"A falência da Rússia não é mais um acontecimento improvável”, disse a directora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, num encontro online com jornalistas sobre as implicações financeiras da guerra na Ucrânia.
Georgieva destacou que o que determinará quão forte será a recessão na Rússia será a duração da guerra e as sanções, bem como a possibilidade de que elas se tornem mais severas e afectem as exportações de energia.
A directora-geral explicou que a delegação do FMI em Moscovo está fechada, que a instituição não tem actualmente nenhuma operação em andamento com a Rússia e que os fundos de reserva que a Rússia tem na organização são praticamente inacessíveis ao país justamente por causa das sanções impostas por outros países.
Sobre uma hipotética expulsão da Rússia do FMI, Georgieva explicou que a única forma prevista pelos estatutos da instituição para expulsar um membro é a violação das suas obrigações financeiras, algo que os russos não fizeram até hoje e que, portanto, é um cenário que o fundo não contempla.
Na quarta-feira, o Conselho Executivo do FMI aprovou o desembolso de 1.400 milhões de dólares (cerca de 1.300 milhões de euros) em ajuda de emergência à Ucrânia e alertou que a guerra causará uma “profunda recessão” no país.
O montante aprovado pelo fundo corresponde ao solicitado pelo governo ucraniano, e servirá para “mitigar o impacto económico” da guerra iniciada pela Rússia, disse o FMI num comunicado onde Georgieva admitiu que a necessidade de financiamento da Ucrânia é “grande, urgente” e pode crescer.