Um Sporting digno no adeus à Champions
“Leões” empatam sem golos no Etihad frente ao Manchester City e despedem-se da Liga dos Campeões.
O Sporting despediu-se nesta terça-feira da Liga dos Campeões com um empate sem golos no Etihad, frente ao Manchester City, no jogo da segunda mão dos oitavos-de-final. Depois da goleada sofrida na primeira mão em Alvalade por 0-5, as perspectivas “leoninas” de seguir em frente eram muito reduzidas, mas, desta vez, a equipa de Rúben Amorim conseguiu resistir ao domínio dos homens de Guardiola e conseguiu sair de Manchester com boas sensações, incluindo a de que poderiam ter ganho. Desta vez, os aplausos que ouviram dos seus adeptos foram um prémio para uma boa noite, não de consolação.
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O Sporting despediu-se nesta terça-feira da Liga dos Campeões com um empate sem golos no Etihad, frente ao Manchester City, no jogo da segunda mão dos oitavos-de-final. Depois da goleada sofrida na primeira mão em Alvalade por 0-5, as perspectivas “leoninas” de seguir em frente eram muito reduzidas, mas, desta vez, a equipa de Rúben Amorim conseguiu resistir ao domínio dos homens de Guardiola e conseguiu sair de Manchester com boas sensações, incluindo a de que poderiam ter ganho. Desta vez, os aplausos que ouviram dos seus adeptos foram um prémio para uma boa noite, não de consolação.
O primeiro objectivo do Sporting no Etihad era manter o jogo competitivo e equilibrado no resultado, tudo o que o embate de Alvalade não foi, em que o City já vencia por 0-4 ao intervalo. Fazer pressão alta não era o plano, porque isso não resulta com uma equipa que faz da circulação de bola o seu modo de vida. Amorim já tinha indicado que não ia dar ordens para o fazer. Perante o poderoso City, a receita era ter um bloco móvel e solidário, cometer o mínimo de erros possível e esperar por uma oportunidade.
O City é o City, mesmo que Guardiola tenha chorado com o facto de só ter 14 jogadores disponíveis para este jogo – não tinha Cancelo nem Rúben Dias, mas tinha Bernardo Silva, Sterling, Foden, Gundogan, mais Mahrez e De Bruyne no banco... Foi igual a si próprio desde o primeiro apito, uma equipa mecanizada em que todos sabem o que fazer e que não dá a bola a ninguém. Foi assim durante os primeiros 20 minutos, com os dez jogadores de campo a fazer o cerco à baliza “leonina”, a tentar chegar ao golo. O Sporting assumiu essa estratégia de contenção sem nunca se descaracterizar. Sempre a tentar jogar a partir de trás, tenta variar um pouco com saídas rápidas a aproveitar um raro momento de desequilíbrio na ocupação territorial dos “citizens”.
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O Sporting também não estava propriamente na máxima força, sobretudo no meio-campo, sem Palhinha, Matheus e Pote. Tabata e Ugarte foram para o meio-campo, enquanto Slimani e Paulinho voltavam a estar juntos no ataque. A primeira missão de todos era defender sem bola, porque raramente a tinham.
O primeiro desequilíbrio que o Sporting conseguiu veio dos pés de um defesa, Gonçalo Inácio, que pegou na bola aos 20’ e foi a correr com ela até ao meio-campo contrário. Não foi muito, mas já era qualquer coisa. Logo a seguir, uma bola longa em Slimani na área do City, mas Laporte conseguiu controlar a movimentação do argelino.
O City respondia com mais do mesmo e esteve perto do golo aos 23’. Gabriel Jesus ganhou o flanco, fez o cruzamento na direcção de Sterling, mas Luís Neto fez um corte rasteiro providencial. Pouco depois, Foden conseguiu espaço para um remate que Adán defendeu para canto. O guardião espanhol voltou a ser decisivo aos 38’ ao desfazer uma tentativa de chapéu de Sterling.
Guardiola mexeu ao intervalo. Tirou Bernardo Silva do jogo, meteu Mahrez e quase teve frutos imediatos. Aos 47’, foi do argelino o passe para Gabriel Jesus meter a bola na baliza do Sporting. O brasileiro ainda festejou, mas o lance foi assinalado pelo VAR como ilegal.
Amorim manteve os 11 do início, mas mexeu aos 58’. Tirou Sarabia, que não teve espaço para brilhar, e meteu Marcus Edwards. A entrada do britânico mexeu com o jogo dos “leões”. De imediato conseguiu um remate que obrigou Ederson Moraes a sujar os calções pela primeira vez no jogo.
Guardiola estava tão confiante no jogo que até substituiu o guarda-redes – meteu o veteraníssimo Scott Carson para no lugar de Ederson. Mas os “leões” conseguiram equilibrar o jogo de tal forma que até foram mais rematadores e mais perigosos do que o campeão inglês, com mais presença no meio-campo adversário.
Aos 78’, Edwards recebeu uma bola e conseguiu guardá-la, à espera da entrada de Paulinho, e o ponta-de-lança quase fez golo - Carson, que tinha entrado para jogar uns minutos tranquilos, defendeu.
Pelo que fez na última meia-hora, talvez o Sporting merecesse mais do que um empate no Etihad, mas teve uma despedida digna da Liga dos Campeões, com mais uma lição aprendida. E com mais um jovem estreado, Rodrigo Ribeiro, avançado de 16 anos que entrou para os últimos minutos. É por aqui que passa o futuro do Sporting.