Covid-19: linhagem BA.2 “claramente dominante” e responsável por 76,2% das infecções
A linhagem BA.2 foi detectada pela primeira vez em Portugal nas amostragens aleatórias por sequenciação na semana entre 27 de Dezembro de 2021 e 2 de Janeiro e, desde então, a sua frequência tem aumentado aos poucos.
A linhagem BA.2 da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, considerada mais transmissível, é “claramente dominante” em Portugal e já representa 76,2% das infecções, anunciou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).
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A linhagem BA.2 da variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, considerada mais transmissível, é “claramente dominante” em Portugal e já representa 76,2% das infecções, anunciou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa).
“Estima-se que a linhagem BA.2 já seja claramente dominante em Portugal, representando 76,2% das amostras positivas ao dia 7 de Março”, adianta o relatório do Insa sobre a diversidade genética do coronavírus que provoca a doença covid-19. Segundo o Insa, esta linhagem foi detectada pela primeira vez em Portugal nas amostragens aleatórias por sequenciação na semana entre 27 de Dezembro de 2021 e 2 de Janeiro e, desde então, a sua “frequência tem aumentado paulatinamente”.
A variante Ómicron, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como de preocupação, engloba várias linhagens identificadas pelo prefixo BA, entre as quais a BA.1 e a BA.2, que descendem da mesma linhagem ancestral (B.1.1.529) e apresentam um “excesso” de mutações na proteína da espícula (responsável pela entrada do vírus nas células humanas), muitas das quais partilhadas.
De acordo com os dados de sequenciação, a linhagem BA.1 atingiu uma prevalência máxima de 95,6% na semana de 10 a 16 de Janeiro, altura em que iniciou uma tendência decrescente, com o Insa a estimar que na segunda-feira seja responsável apenas por 23,8% das infecções. Recentemente, a OMS avançou que “estudos preliminares sugerem que a BA.2 parece ser mais transmissível do que a BA.1”, mas a organização salienta que os dados do mundo real sobre a gravidade clínica na África do Sul, Reino Unido e Dinamarca, onde a imunidade da vacinação e de infecção natural é alta, indicam que “não houve diferença relatada na gravidade entre BA.2 e BA.1”. “A reinfecção com a BA.2, após a infecção pela BA.1 foi documentada, mas dados iniciais de estudos de nível populacional sugerem que a infecção com a BA.1 fornece forte protecção contra reinfecção com BA.2”, indicou ainda a OMS.
No âmbito da monitorização contínua da diversidade genética do SARS-CoV-2 que o INSA está a desenvolver, têm sido analisadas uma média de 523 sequências por semana desde o início de Junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 139 concelhos por semana.