Gomes Cravinho diz que militares portugueses partem para a Roménia em “final de Março, início de Abril”
Ministro da Defesa Nacional notou que esses militares “irão estar colocados no sul da Roménia e portanto não estão imediatamente próximos da fronteira com a Ucrânia”.
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O ministro da Defesa afirmou esta terça-feira que os 174 militares portugueses que serão enviados para a Roménia, país fronteiriço com a Ucrânia, deverão partir em “final de Março, início de Abril”, adiantando que estarão na região sul deste país.
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O ministro da Defesa afirmou esta terça-feira que os 174 militares portugueses que serão enviados para a Roménia, país fronteiriço com a Ucrânia, deverão partir em “final de Março, início de Abril”, adiantando que estarão na região sul deste país.
“Quanto à ida para a Roménia [de militares portugueses] está actualmente em curso o processo de aprontamento, já existem militares portugueses na Roménia para trabalhar com os militares romenos, para tratar de questões logísticas, e a companhia [de 174 militares] seguirá dentro das próximas semanas, final de Março, início de Abril”, afirmou João Gomes Cravinho.
O ministro falava no final de uma reunião extraordinária da comissão parlamentar de Defesa, que decorreu esta terça-feira na Assembleia da República à porta fechada, sobre o conflito entre a Ucrânia e a Rússia, na qual também participou o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro.
Estes militares, sublinhou o ministro, “irão estar colocados no sul da Roménia e portanto não estão imediatamente próximos da fronteira com a Ucrânia”, exercendo, no entanto, “um papel muito importante de reforço da capacidade de dissuasão da NATO”.
“O grande valor da NATO reside no seu famoso artigo 5.º, a ideia de que um ataque contra um é um ataque contra todos , isto é materializado através da colocação de forças de dissuasão nos diferentes países da NATO”, sustentou.
Questionado sobre as opiniões que ouviu dos deputados nesta reunião, Gomes Cravinho disse ter sentido “um grande apoio, uma grande convergência, da esquerda à direita em torno do que tem sido a posição do Governo” no contexto do conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
“Ao longo de duas horas não recebi nenhuma crítica às posições assumidas pelo Governo português. É muito satisfatório saber que num país democrático como é o nosso, diverso como é o nosso, sabemos estar unidos quando estão em causa questões essenciais”, disse.
O ministro foi também interrogado sobre a convocação pelo Presidente da República do Conselho de Estado para a próxima semana, dia 14 de Março, que será sobre a situação na Ucrânia, dizendo que “não há neste momento nenhuma tomada de decisão para medidas para além daquelas que são conhecidas”, mas ressalvando que “a situação é dinâmica e pode vir a alterar-se”.
Gomes Cravinho referiu que “há material militar português a caminho da Ucrânia” e que para já não está previsto nenhum reforço, não adiantando mais pormenores por uma questão de “delicadeza operacional”, mostrando-se apenas confiante que o material “chegará às mãos de quem precisa”.
Questionado sobre se instalações militares serão disponibilizadas para acolher refugiados ucranianos, Cravinho respondeu que para já não há essa previsão mas sublinhou que as Forças Armadas, nomeadamente durante a pandemia da covid-19, demonstraram “capacidade e disponibilidade para receber fluxos de pessoas necessitadas se necessário”.
“A nossa expectativa é que os ucranianos que cheguem a Portugal sejam distribuídos pelo país, que sejam integrados juntamente com outras comunidades ucranianas já existentes em Portugal, eventualmente familiares, amigos, conhecidos de pessoas que venham a procurar refúgio aqui em Portugal”, disse.
Portugal vai contribuir com entre oito e 10 milhões de euros para o pacote europeu que visa fornecer armas ao exército ucraniano, que combate a invasão russa. Será também enviado equipamento militar para a Ucrânia a pedido das autoridades de Kiev.
No âmbito da missão da NATO “Tailored Forward Presence", Portugal vai enviar de 174 militares para a Roménia, país que faz fronteira com a Ucrânia. Esta missão da NATO visa contribuir “para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste”, de acordo com o “site” do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 previa o envio deste contingente no segundo semestre, tal como aconteceu em 2021. Contudo, o Governo decidiu antecipar este calendário e os militares portugueses deverão chegar à Roménia nas próximas semanas.
Depois da guerra, será necessário novo entendimento com a Rússia sobre paz
O ministro da Defesa sustentou ainda que depois da guerra na Ucrânia será necessário estabelecer com a Rússia um “novo entendimento sobre a paz na Europa”.
“Depois desta guerra, será necessário estabelecer com a Rússia um novo entendimento sobre a paz na Europa”, de acordo com uma declaração escrita de Gomes Cravinho enviada à Lusa.
Na opinião do governante, “terá de ser um entendimento baseado em princípios essenciais de respeito pela integridade territorial e soberania dos diferentes países” e terá que “ter em conta aquilo que são as legítimas necessidades de segurança de cada um”. “E sublinho aqui que falo de necessidades legítimas e razoáveis, não falo daquelas que se inventam como desculpa para invadir e procurar subjugar os vizinhos”, frisou.