Biden atinge trunfos de Putin: “Petróleo russo não entrará nos portos norte-americanos”
“Os norte-americanos apoiam a Ucrânia e não vão patrocinar a guerra de Putin.” Biden anuncia retaliação face ofensiva militar “cruel” na Ucrânia.
- Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia
- Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra
- Especial: Guerra na Ucrânia
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
- Em directo. Siga os últimos desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia
- Guia visual: mapas, vídeos e imagens que explicam a guerra
- Especial: Guerra na Ucrânia
Confirma-se: Estados Unidos avançam com boicote à energia russa. Não chegará mais gás ou petróleo vindos da Rússia aos portos norte-americanos, anunciou Biden na tarde desta terça-feira, a partir da Casa Branca. As medidas de retaliação norte-americanas face à invasão da Ucrânia atingem, assim, os maiores trunfos da economia russa — as energias fósseis.
“O petróleo russo já não será aceite nos EUA. Os norte-americanos apoiam a Ucrânia e não vão patrocinar a guerra de Putin”, afirmou o Presidente dos Estados Unidos. “Avançamos com este boicote compreendendo que os nossos aliados europeus não estão em posição de se juntar a nós”, acrescenta, referindo-se ao recuo europeu relativamente a este embargo. “Estamos a trabalhar para que a Europa possa reduzir a sua dependência de energia russa.”
Biden reforçou que esta é uma punição à “guerra cruel” que a Rússia escolheu levar avante. Contudo, avisa os norte-americanos dos consequências da retaliação: os preços dos combustíveis vão, inevitavelmente, disparar. “Defender a liberdade tem custos e nós, americanos, também vamos ter de os suportar.”
A medida interromperá o fluxo relativamente pequeno de petróleo que chega aos Estados Unidos, que compram menos de 5% do crude exportado pela Rússia, de acordo com a agência Reuters (uma percentagem residual em comparação com o maior comprador de petróleo e gás russos do mundo — a Alemanha fica com 11% do petróleo exportado pela Rússia).
Já os líderes europeus, em resposta aos EUA, puseram de parte a hipótese de um boicote à importação de energia. Não é uma decisão que possa ser tomada “do dia para a noite”, disse o chanceler alemão Olaf Scholz, uma vez que Moscovo é o maior exportador de crude e gás natural para a Europa e os combustíveis fósseis são, ainda, imprescindíveis no dia-a-dia dos europeus.
Do outro lado do Atlântico, republicanos e democratas estão de acordo quanto ao avanço desta proibição. “Está em marcha o maior pacote de sanções económicas de sempre, que já causou danos significativos na economia russa. Um rublo russo é agora menos valioso do que um penny [um centésimo de um dólar dos Estados Unidos].”
Joe Biden sublinhou, ainda, que mantém o compromisso com a NATO e que o seu governo ajudará a responder à crise de refugiados originada pela guerra de Putin, para que as nações europeias não sustenham esse peso sozinhas.
No seu discurso na tarde desta terça-feira, Biden reforçou também os apelos globais para um cessar-fogo, por corredores humanitários seguros e uma verdadeira diplomacia. “A Ucrânia nunca será uma vitória para Putin. Talvez controle uma cidade, mas nunca tomará o país.”